Apresentadoras da emissora participaram do Movimento Esmeralda
Reprodução/Globo
Apresentadoras da emissora participaram do Movimento Esmeralda

Nesta segunda-feira (22), funcionários da Globo iniciaram uma manifestação silenciosa chamada Movimento Esmeralda. Ana Maria Braga e Patrícia Poeta fizeram parte de um grupo de jornalistas, artistas, técnicos e auxiliares administrativos que se vestiram com roupas verdes em apoio à Esmeralda Silva (nome fictício), que foi atacada por quatro homens quando trabalhou na emissora.

A engenheira, que trabalhou na empresa entre 2017 e 2018, foi atacada pelos homens em diversas ocasiões durante o seu horário de trabalho. Com isso, Esmeralda moveu uma ação trabalhista contra a Globo por assédio sexual, assédio moral e xenofobia.

Felizmente, a ex-funcionária ganhou uma indenização no valor de R$ 2 milhões de reais, mas a emissora propôs um acordo para reverter a situação. Ainda assim, Esmeralda não aceitou e o caso está no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.

Na última sexta-feira (19), poucas horas depois da reportagem "A Globo e o assédio sexual", publicado no site da revista Piauí, as articulações para a manifestação começaram. 

A ideia partiu das equipes de jornalismo e ligadas ao Centro de Transmissão e Recepção de Sinais, em que Esmeralda atuava na emissora. Assim, foi decidido que usariam roupas verdes já que a engenheira escolheu o pseudônimo Esmeralda.

Assim, a emissora esteve repleta de mulheres vestindo verde demonstrando sua indignação a casos de assédio, principalmente dentro do local de trabalho. Ana Maria Braga, Patrícia Poeta e Clara Velasco foram alguns exemplos que seguiram adiante com a ideia.

Já no começo desta tarde, um grupo de 80 mulheres se reuniu na escadaria da Globo, em São Paulo, para registrar o momento. As mesmas usavam verde e seguravam cartazes com frases com "Mexeu com uma, mexeu com todas" e "Somos todas Esmeralda".

A engenheira se emocionou com a manifestação e se sentiu acolhida pelas ex-colegas de trabalho. "O verde traz a esperança de que eu possa um dia voltar a ser como eu era, feliz. Tenho esperança de que as mulheres que sofreram assédio tenham coragem como eu tive de procurar justiça", disse.

Ainda nesta semana, na quinta-feira (25), Esmeralda prestará depoimento em uma audiência na 36ª Vara do Trabalho, do Rio de Janeiro, em virtude de uma ação civil pública por assédio sexual que o Ministério Púbico do Trabalho moveu contra a Globo.

Questionada sobre as manifestações realizadas, a emissora se mostrou adepta as ações realizadas neste dia. "A livre manifestação dos profissionais da empresa está em total alinhamento com a nossa gestão de transparência e diálogo permanente. De qualquer forma, a Globo reitera que não comenta casos de Compliance e aproveita para reiterar também que a empresa mantém um Código de Ética em linha com as melhores práticas atualmente adotadas, que proíbe terminantemente o assédio e deve ser cumprido por todos os colaboradores, em todas as áreas da empresa. Da mesma maneira, a Globo mantém uma Ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação de seu Código de Ética, que são apurados criteriosamente, com a punição dos responsáveis por desvios. Nesse mesmo Código, assumimos o compromisso de sigilo em relação a todos os relatos de Compliance, razão pela qual não fazemos comentários sobre as apurações. Nosso sistema de Compliance também prevê o apoio integral aos relatantes, proibindo qualquer forma de retaliação em razão das denúncias".

*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko

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