José de Abreu e Lula durante encontro
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José de Abreu e Lula durante encontro


Assumidamente petista, José de Abreu recebeu o não de Luís Inácio Lula da Silva (PT) quando decidiu se candidatar como deputado federal pelo partido nas últimas eleições legislativas. Mas, apesar da negativa do atual presidente, o ator desistiu da empreitada por outros motivos: as regras da Globo em relação aos funcionários que se canditassem a cargos públicos impactariam diretamente em sua carreira artística. 


"A minha ideia era parar quatro anos para ajudar o Lula a reconstruir o país . Ele foi
contra e disse que eu não precisava estar na Câmara para isso. Mas eu estava decidido", controu José de Abreu, em entrevista à coluna de Patrícia Kogut. 

Ele acrescentou: "O que me fez mudar de ideia foi que eu descobri que existe uma cláusula de compliance em muitas empresas, principalmente multinacionais, que estabelece uma quarentena para contratar pessoas que ocuparam cargos políticos. Eles chamam de pessoas expostas politicamente. Com isso, eu poderia ter que ficar até oito anos sem atuar. Isso significaria o fim da minha carreira", justificou o ator,  recentemente visto em Mar do Sertão. 

José de Abreu defendeu PT após impeachment de Dilma

Na entrevista, o ator revelou que passou a falar sobre política publicamente quando a ex-presidente Dilma Rouseff sofreu impeachment em 2016. Na época, o veterano foi entrevistado pelo Domingão do Faustão. 

José, no entanto, afirmou que tal gesto mudou sua vida de cabeça para baixo ao ponto de sempre sair do país após terminar um trabalho no Brasil. "A partir daí, a minha vida virou um inferno. Vazaram os números do meu celular e os dos meus filhos. A minha filha era inclusive menor de idade na época. Também começaram a me hostilizar na rua e, como eu tenho um pouco de pavio curto, acabava reagindo", relembrou. 

Entretanto, o artista revelou que, desde a reeleição de Lula, tem experimentado sair mais de casa: "Outro dia eu fui ao médico e resolvi fazer um teste. Fui caminhando de Ipanema até o Leblon e tudo correu tranquilamente. Resolvi, então, sentar do lado de fora de um bar. Duas pessoas vieram falar comigo e pediram para tirar foto. O ar está mais respirável. Os bolsonaristas estão mais ressabiados. Eles começaram a ver que o Brasil tem leis, principalmente depois do 8 de janeiro". 

*Texto de Daniele Amorim
Daniele Amorim é jornalista formada pela Anhembi-Morumbi com pós-graduação na USP. Apaixonada por música, séries, futebol, maquiagem e falar amenidades no Twitter. Siga: @eudaniamorim.

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