Caiu como uma bomba a informação de que Leonardo Nogueira, diretor de novelas da Globo e marido de Giovanna Antonelli, foi processado por uma atriz que alega ter mantido relações sexuais com ele por um ano em troca de um papel na novela Fuzuê, trama que irá substituir Vai Na Fé na faixa das 19h, a partir do segundo semestre. Minha colega Fabíola Reipert, do quadro Hora da Venenosa, soltou a bomba, mas poupou a identidade da moça. Mas a coluna teve acesso ao processo e traz agora a identidade à tona.
Cassia Carolina Picchi Apolônio é atriz, tem 37 anos, é paranaense, mas há anos vive no Rio de Janeiro com o objetivo de se consolidar na carreira artística. Ela já atuou em inúmeras produções da Globo, mas em nenhuma delas teve um papel de destaque. Suas aparições se deram sempre em papéis de pequena projeção ou de total irrelevância para as histórias das quais participou.
Em seu currículo constam as tramas Flor do Caribe, A Regra do Jogo, Malhação, Supermax e O Tempo Não Para, todas da Globo. Aliás, foi na primeira novela desta lista, protagonizada por Grazi Massafera, que Carol conheceu Leonardo. Mas o "romance" secreto com o marido de Giovanna Antonelli teria começado em 2021. E as razões, segundo o processo, eram explícitas: ela transaria com ele apenas para conseguir um papel em uma novela da líder de audiência.
No processo, Carol diz que teve a primeira noite de sexo com o diretor de novelas da Globo no dia 21 de dezembro de 2021. Os dois se aproximaram por intermédio de um amigo em comum, que queria ajudar a atriz a conseguir um papel na novela Fuzuê, mas ela obrigatoriamente teria que transar com o marido de Antonelli para conquistar o trabalho.
Como provas anexadas ao processo, a atriz colocou diversos prints de conversas que teve com o diretor. Em alguns momentos, ela enviou fotos e vídeos sem roupa, e o marido de Giovanna Antonelli reagia com frases do tipo "Saudade e precisando falar com você", ou até com teor mais picante, como "De tudo isso só ficou a imagem sua com a lingerie vermelha na cabeça", ou "Puta que pariu, que loucura. Até desconcentrei pra reunião de agora", ditas após ver a suposta amante nua.
No meio das provocações sexuais, há conversas sobre marcações de encontros entre os dois e também algumas cobranças de Carol por posicionamentos sobre a escalação de elenco da novela Fuzuê. Até que em 25 de novembro de 2022, a atriz diz ao diretor que havia sido contatada por uma mulher identificada como Frida, que lhe enviou o texto de uma personagem intitulada Soraya Terremoto.
Ela elogiou o perfil da personagem e contratou uma empresa de audiovisual para gravar seu teste em vídeo. A coluna teve acesso também a este material, e viu que Soraya Terromoto tem uma veia cômica e está desesperada pela fama. Porém, um detalhe no texto chamou atenção: a personagem diz ter 24 anos. E Carol tem 37. E esse fator foi um dos empecilhos para sua aprovação.
Na troca de mensagens expostas pela atriz no processo, Leonardo escreveu para ela em 19 de janeiro deste ano: "Oi, Carol! Tudo bem? De todas as atrizes que fizeram [o teste], vamos ficar com uma atriz que ainda vamos divulgar. Mais nova, próxima da idade do perfil da personagem". Decepcionada, Carol retruca: "E você não tem como me ajudar de outra forma? Outra personagem, Leo?"
Os advogados de Carol interpretaram a fala do diretor como um deboche. Mas ele continuou sua justificativa: "Não tem o que ser feito. Estamos dando muitas oportunidades para as diversidades, que é uma obrigação da empresa". E ela novamente insiste: "Então você não vai me por em nada? Nem elenco de apoio?"
"Carol, o colocou contra a parede, dizendo que não era este o combinado havido entre eles, que mantiveram relação sexual durante mais de um ano, com a promessa do papel. Na ocasião, a autora ainda aduziu ao réu que sua conduta de tê-la ludibriado para obter para si vantagem, ofendendo sua honra objetiva", diz o advogado da suposta amante.
Mudança de clima nas conversas
Ainda no meio da troca de mensagens, que não foram anexadas em sua totalidade no processo, consta uma fala mais longa de Leonardo, que dá a entender que Carol tenha sido mais incisiva sobre os supostos acordos verbais feitos há mais de um ano, já que ele reage de maneira defensiva.
"Se teve algum assédio foi da sua parte e você sabe disso. Estamos expostos, infelizmente, minha conduta sempre foi impecável. Jamais prometeria algo em nome da empresa que não pudesse cumprir. Em nenhuma função. Minha história e conduta dizem isso. Em relação à produção, ainda teremos muitas escalações até agosto ou setembro. O autor ainda está escrevendo e estamos fechando os primeiros nomes. Teremos muitos perfis a serem escritos, o que é um processo normal. Pediremos novos testes também, sempre através da produção de elenco, não há o que ser feito agora. Até setembro muita coisa acontece no processo de produção e segue até o final no caso de dramaturgia longa. Me coloco à disposição a partir de segunda-feira", diz o texto do diretor anexado ao processo.
Para a defesa de Carol Picchi, Leonardo Nogueira "utilizou de seu poder e do machismo estrutural já enraizado em nossa sociedade para ludibriar e transformar o sonho de uma jovem atriz em um pesadelo de angústia e humilhação". E vai além. Entre os adjetivos empregados para qualificar o funcionário da Globo, consta a acusação de que ele seja um aliciador.
"As mensagens mantidas durante um ano, as quais denotam por parte do réu a constante manutenção da autora em estado de erro, imaginando que ao se submeter a situações degradantes como as aqui narradas. Atitudes essas do réu, típicas de um verdadeiro aliciador", diz o processo.
Carol está pedindo uma indenização altíssima: ela quer R$ 2 milhões. No processo, diz ter sofrido assédio sexual (por considerar o que rolou entre ela e o marido de Antonelli como um "teste do sofá") e pede reparação por danos morais.
A coluna procurou todas as partes envolvidas nesta história, mas ninguém nos respondeu até a publicação deste texto. Leonardo Nogueira usou suas redes sociais na madrugada desta quarta-feira (22) para dar um posicionamento breve, dizendo ter sido vítima de extorsão por parte de Carol Picchi.
"Amigos, fui vítima de um crime no qual tentaram me extorquir. Desde o ocorrido, todas as medidas legais foram tomadas, inclusive a prisão da pessoa envolvida. A denúncia foi feita por mim, que fique claro. Atualmente o processo criminal está em segredo de Justiça", escreveu.
Quem é a atriz que afirma ser amante de Leonardo Nogueira?
Cassia Carolina Picchi Apolônio, 37 anos, é uma atriz paranaense que vive há anos no Rio de Janeiro com o objetivo de se consolidar na carreira artística. Ela já atuou em inúmeras produções da Globo, mas sem nenhum papel de destaque.
Nas informações obtidas pela coluna sobre o processo, Carol diz que teve a primeira noite de sexo com o diretor no dia 21 de dezembro de 2021. Os dois se aproximaram por intermédio de um amigo em comum, que queria ajudá-la a conseguir um papel na novela Fuzuê. No entanto, a famosa teria que, obrigatoriamente, transar com o marido de Antonelli para conquistar o trabalho.
A coluna também entrou em contato com a emissora por um posicionamento, já que a atriz menciona uma novela da casa, Fuzuê, no processo. "Leonardo Nogueira pediu afastamento por motivos de saúde, com licença médica pelo INSS. A Globo não comenta questões relacionadas a Compliance e aproveita para reiterar que mantém um Código de Ética, que deve ser seguido por todos os seus colaboradores, e uma Ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação ao Código. Todo relato é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento e as medidas necessárias são adotadas", disse em nota a Comunicação da Globo.