Fred Nicácio chamou a atenção dos espectadores desde que entrou na Casa do Reencontro do BBB 23 na noite desta terça-feira (21). O médico mostrou uma feição de descontentamento por estar próximo a Cristian, Gustavo e Key Alves, que cometeram racismo religioso ao mencionarem a fé do brother durante o programa da Globo. Amendrontado, o brother chorou por voltar a conviver com o trio de participantes .
O comportamento do brother deixou os fãs confusos sobre se ele realmente queria estar lá. Por isso, a equipe do médico precisou se pronunciar:
"Muitos comentários sobre o semblante e o jeito "quietinho" do Fred. Sabemos bem tudo que ele passou. Tadeu deu a oportunidade da desistência e ele NÃO DESISTIU, ele quer entrar SIM. Não tem outra justificativa para a não ser a readaptação. Não vamos desanimar!", comentou o time, no Twitter.
Fred Nicácio desabafa com aliados no BBB 23
Nas primeiras horas da manhã, Fred conversou com Tina e Paula sobre a pressão interna que tem sofrido para estar na Casa do Reencontro.
"Parece um pesadelo esse lugar. Eu acordei e não estava acreditando que eu estava aqui dentro com essas pessoas. Essas pessoas fizeram mal pra mim num nível muito grande, elas me machucaram demais", falou ele.
Paula assentiu e relembrou que também foi atacada por Key Alves e Larissa durante o jogo. "A Key falou coisas absurdas de mim e do meu corpo. A Larissa, da minha pessoa e da minha personalidade. A Marília, enquanto eu estava aqui dentro, ela estava lá fora, a Marília não me deixou em paz", acrescentou.
Aos prantos, ele refletiu sobre sua situação. "Tem coisa que passa do jogo, Paula. Tem coisa que não é jogo. As pessoas estão dando risada como se nada tivesse acontecido", justificou.
Médico fez roda de conversa com demais participantes
Fred Nicácio, no entanto, decidiu abordar o assunto durante a Casa do Reencontro na tarde desta quarta-feira (22). Ele fez uma roda de conversa com os brothers, onde avisou que irá processar Key, Gustavo e Cristian pelos comentários.
"Racismo mata, não é como decepção que não mata e ensina a viver. Racismo mata pessoas todos os dias. Me mata desde que eu nasci. Eu tenho um alvo nas minhas costas desde que eu nasci apenas por ser preto", declarou.
Ele prosseguiu: "O tempo inteiro, todo dia, a gente tem que lidar com isso desde que a gente acorda até a hora que a gente dorme todos os dias e vocês nunca vão saber o que é ser seguido dentro de um supermercado. Vocês nunca vão saber o que é tomar uma dura de um policial sem ter feito nada. Vocês nunca vão saber o que é ter um olhar atravessado pra você por causa da sua cor. Vocês nunca vão saber o que que é ser diminuído porque as pessoas não acreditam que você é médico, porque você tem que ser o faxineiro", finalizou.
*Texto de Daniele Amorim
Daniele Amorim é jornalista formada pela Anhembi-Morumbi com pós-graduação na USP. Apaixonada por música, séries, futebol, maquiagem e falar amenidades no Twitter. Siga: @eudaniamorim