Antes de chegar ao estrelato, uma atriz precisa ralar bastante para conseguir se sustentar. Esse foi o caso de Vera Holtz no início de carreira, em meados da década de 1970. Em entrevista ainda inédita ao programa Provoca, de Marcelo Tas, na TV Cultura, a artista revelou que topou fazer uma curta cena de nudez em uma peça de teatro para tirar uns trocados a mais no fim do mês.
"No Rasga Coração eu queria ganhar mais... Entre uma cena e outra, tinham duas sessões no sábado, eu fazia a cena, corria a escada do Villa-Lobos, preparava o panelão de sopa para vender e descia para fazer a próxima cena", contou ela, no trecho publicado previamente pelo Jornal Extra neste domingo (19), quando participava do elenco da peça que era exibida no teatro O Tablado, no Rio de Janeiro.
"Tinha uma cena que uma menina aparecia de costas, só de cinta liga e com a bundinha de fora. Era só uma ceninha de bundinha e sair. Aí a atriz que fazia saiu e eu falei: 'posso fazer a bunda também?", acrescentou.
Fim da época de vacas magras
No entanto, a vida de Vera mudou quando ela ingressou na Globo em 1982. Na época, apareceu a oportunidade dela fazer seu primeiro trabalho na televisão como uma babá na minissérie Quem ama não mata, de Euclydes Marinho.
Já em 1989, a atriz recebeu o convite do diretor Roberto Talma para ser Fanny na novela Que Rei Sou Eu? e, desde então, nunca mais saiu da dramaturgia da Globo. E, por conta de suas atuações, Vera chegou a ser reconhecida no exterior.
Em entrevista ao Provoca, a artista relembrou que sua passagem em Cingapura lhe rende uma situação curiosa por conta de uma fã que a assistiu em Por Amor. Ela interpretava a ex-modelo Sirléia Pereira na novela de Manoel Carlos.
"O lugar mais inesperado que já me reconheceram acho que foi em Cingapura. Uma pessoa ficou correndo atrás de mim de burca, uma mulher. Eu estava com umas meninas que falavam árabe e ela era do Irã e ela via Por Amor, que eu fazia com o Marco Ricca, e batia nele porque ele tinha uma vida paralela. A mulher de burca falou: é essa a mulher, eu preciso tocar nela. Olha o alcance da novela brasileira", completou.
*Texto de Daniele Amorim
Daniele Amorim é jornalista formada pela Anhembi-Morumbi com pós-graduação na USP. Apaixonada por música, séries, futebol, maquiagem e falar amenidades no Twitter. Siga: @eudaniamorim