Leda Nagle polemizou nessa quinta-feira (2) ao dizer que é contra o termo "todes" para se referir às pessoas não-binárias e ainda chamou o uso do pronome neutro de "frescura". Em outubro de 2022, a jornalista, de 72 anos, e Cássia Kiss foram rechaçadas na web e denunciadas pelo produtor cultural Heitor Werneck por suposta prática de homofobia.
"Eu não vou falar 'todes', vou falar todos porque todos quer dizer todos nós. Nós todos. Mas eu não vou falar [a linguagem neutra], porque não vou aprender agora isso. Mas é difícil porque você não quer ofender as pessoas também. Então o todes eu acho frescura, quem quiser falar que vou, não vou proibir ninguém, quer falar, fala, mas eu não vou falar", declarou em entrevista ao podcast Papagaio Falante, comandado por Sérgio Mallandro e Renato Rabelo.
"Todes" tem sido adotado em cerimônias oficiais no governo do presidente Lula (PT), promovendo a inclusão identitária de pessoas que não se identificam com o gênero masculino nem com o feminino. O "e" é colocado no fim das palavras, ao invés de "a" ou "o".
Na conversa, Leda prosseguiu dizendo que é "incômodo" não poder usar termos considerados racistas como "mulata" e "denegrir", e que seu desconforto vem do fato de se "atrapalhar" com essas mudanças. "Tem um monte de coisa que eu não sei hoje em dia como se fala mais. Você não sabe como se refere", comentou.
E acrescentou dizendo que, recentemente, entrevistou uma advogada negra especialista em visto americano e que ficou sem saber como se referir à ela. "E eu lá naquela situação porque ela não é neeeeeegra, entendeu? E eu perguntei: 'como é que devo me referir a você?' E ela: 'Eu sou afro-latina'. Olha que loucura! Olha como é que chega ao requinte", declarou.
Em abril de 2021, Leda se desculpou por reproduzir, em uma transmissão ao vivo, fake news sobre um possível plano do então ex-presidente Lula para matar Jair Bolsonaro, que estava no governo. Agora, na entrevista, a sogra de Sabrina Sato negou ser bolsonarista. "Não sou da mesma ideologia do Bolsonaro, mas sou mais conservadora. Sou uma liberal e gosto do mercado mínimo, da economia livre, da liberdade de expressão", completou.
*Texto de Lívia Carvalho
Lívia Carvalho é estudante de Jornalismo e apaixonada por cultura pop. Antes de entrar no time da coluna, foi produtora, apresentadora e repórter no programa Edição Extra, da TV Gazeta. Siga Lívia Carvalho no Instagram: @liviasccarvalho