A Polícia Federal (PF) realizou nesta terça-feira (17) uma operação contra policiais suspeitos de ligação com a facção criminosa PCC. Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, policial civil e segurança do cantor Gusttavo Lima, é um dos alvos e está foragido. A ação também cumpriu mandados de prisão e busca em São Paulo e outras cidades do interior paulista.
A operação foi revelada após a delação de Vinícius Gritzbach, empresário executado no último mês na saída do Aeroporto de Guarulhos. Segundo o delator, Rogerinho teria recebido um relógio de alto valor como parte de um esquema criminoso. Prints de redes sociais mostram o policial ostentando a peça, que teria sido fruto de negociações ilegais.
Rogerinho, com salário de pouco mais de R$ 7 mil na Polícia Civil, também é investigado por ser sócio de uma clínica de estética, uma empresa de segurança privada e uma construtora em São Paulo. De acordo com a PF, o policial estaria envolvido em manipulação de investigações, venda de proteção a criminosos e lavagem de dinheiro.
Durante a manhã, agentes cumpriram mandados de busca nos endereços ligados ao policial, mas ele não foi localizado. A ação é realizada em conjunto com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Corregedoria da Polícia Civil. Sete pessoas foram presas, incluindo um delegado e outros três policiais civis.
Entre os presos está o delegado Fábio Baena, acusado de extorsão por Gritzbach. Na delação premiada, Baena teria comandado investigações que favoreciam o esquema. Outros nomes presos são os policiais Eduardo Monteiro, Marcelo Ruggeri e Marcelo Marques, conhecido como “Bombom”.
À TV Globo , a assessoria de Gusttavo Lima confirmou que Rogerinho prestou serviço como segurança em alguns shows. Em nota, a Balada Eventos, responsável pela carreira do cantor, afirmou: "Tomamos conhecimento da operação na manhã de hoje (17/12) e esperamos que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos perante a autoridade policial que preside a investigação".
A operação Tacitus, nome derivado do latim que significa “silencioso”, mobilizou 130 agentes e promotores. Foram emitidos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na capital, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba. Medidas como bloqueio de contas e sequestro de bens também foram determinadas.
As investigações indicam que o grupo criminoso movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018. Os suspeitos poderão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão.