Marcos Mion
Reproduçao TV Globo
Marcos Mion


O apresentador Marcos Mion compartilhou como a tragédia familiar moldou sua vida. "Segundo minha mãe, tudo o que faço até hoje tem a ver com a morte do meu irmão", afirmou ele, filho da psicanalista Carmen Chaib e do nefrologista Decio Mion .


Seu irmão mais velho, Marcelo, faleceu aos 18 anos em 1993, ao cair do vão do Masp em São Paulo, enquanto celebrava sua aprovação no vestibular de medicina.

Esse evento devastador mergulhou Mion, então adolescente, em uma profunda depressão e um período que ele descreve como “trevas”. “Há muito sofrimento na minha vida, desde muito cedo”, revelou em entrevista à GQ, lembrando que pouco depois perdeu também seu melhor amigo, Carlos, em um acidente de carro.

“O luto é proporcional ao tamanho do amor, e não acaba. O tempo não cura, mas amortece. É como andar com uma pedra pesada em um dos bolsos. No começo ela incomoda; faz andar meio torto. Depois você vai se acostumando, mas a pedra segue lá”, define. “Lembro até hoje quando percebi que tinha vivido exatamente o mesmo tanto que meu irmão viveu. E eu não havia vivido absolutamente nada.”

A tragédia uniu sua família de uma maneira profunda — seus pais acabaram de completar 51 anos juntos. “Minha mãe diz que só conseguiu lidar com a perda de um filho e levantar todos os dias da cama por causa de seu amor por mim. Ela estava devastada, mas queria que eu sempre visse os olhos dela sorrindo”, recorda ele, emocionado.

Mion explica que desejava replicar o amor que recebia de sua família e que, mesmo tão jovem, já tinha uma obsessão por construir uma família própria. “Eu desejava replicar esse amor, passar adiante o que sabia; queria conquistar a mesma família dos meus pais, mesmo que marcada por uma tragédia. Tinha 13 para 14 anos quando meu irmão morreu. Aos 16, já cultivava uma obsessão por virar pai antes dos 20. Eu era intenso, achava que morreria no dia seguinte.”

Família

Foi então que conheceu a designer Suzana Gullo, com quem se casou em 2005. “As peças se mexeram e se deu esse encontro mágico, que me arrebatou. Fazíamos parte de planetas diferentes. Eu era mais intelectual; ela, do mundo fashion, da ‘high society’, mas vivemos uma trajetória similar. Ela tem os pais juntos até hoje e um irmão que sofreu um acidente e não fala nem anda; passou por um amadurecimento precoce. Eu não a pedi em casamento, pedi para me dar um filho.” E ela deu. Não um, mas três: Romeo, 19, Donatella, 15, e Stefano, 14.

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