Ex-governanta de Paula Lavigne nega furto e relata rotina de humilhação
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Ex-governanta de Paula Lavigne nega furto e relata rotina de humilhação

Edna Santos, ex-governanta da casa de Paula Lavigne e Caetano Veloso, negou que tenha cometido furto e relatou ter passado por uma “rotina de humilhação” durante os 22 anos em que trabalhou para o casal.

“Eu nunca disse um ‘não’ para ela”, disse Edna, que foi demitida por justa causa, com a alegação de “quebra de confiança”, sobre a relação com a ex-patroa. “Só queria entender quando foi que eu virei um monstro”. Com informações do Splash Uol.

A governanta foi demitida no último dia 6 de maio, após alegar crises de ansiedade e de pânico, Edna foi encaminhada para atendimento com psiquiatra. Agora ela pede uma indenização de cerca de R$ 2,6 milhões por direitos trabalhistas, incluindo adicional noturno, acúmulo de função, horas extras e incorporação de remuneração.

Edna relata que era responsável por atender todas as necessidades do casal, desde exames médicos, roupas, até viagens. Não importava o horário, se “Dona Paula” quisesse, a governanta deveria atender.

"Ela é uma pessoa muito temperamental, então ela oscilava muito. Eu escutava das pessoas que sem mim a casa não funcionava, mas no dia a dia com ela era bem difícil, então eu me questionava. Eu falava com ela que não precisava ser tão áspera e tão dura para que eu a reconhecesse como patroa. Mas ela me humilhava”, disse Edna.

Segundo ela, Paula Lavigne se dirigia a ela por meio de xingamentos e falava de seu corpo de modo depreciativo, seja por seu peso, quando engordava, ou até pelo tamanho de seu cabelo, unhas e cílios. Além das ofensas por sua aparência, ela conta que constantemente era chamada de “incompetente” e que seus “erros” seriam descontados de seu salário - mais recentemente, Paula teria ameaçado fazer Edna pagar pelos custos de um exame, que o plano de saúde se recusou a cobrir.

A relação com a patroa se tornou insustentável, segundo Edna, depois que 15 mil dólares supostamente sumiram do closet de Paula, momentos antes de uma viagem internacional. Acusada pelo roubo, Edna disse ter orientado que Paula ouvisse a todos que pudessem ter acessado o local e já havia recomendado que fossem instaladas câmeras no closet, devido à alta circulação de pessoas na casa - o que foi negado para “não perder a privacidade”.

Edna relata que se tornou o foco principal de uma investigação encomendada por Paula, conduzida por peritos e advogados. Enquanto outros funcionários prestavam depoimentos de cerca de 15 a 20 minutos, ela precisava responder perguntas por mais de uma hora. Até mesmo o valor furtado, passou de 15 para 40 mil dólares.

Quando voltou de viagem, Paula passou a tratá-la de forma constantemente grosseira, relatou Edna. Ela então decidiu imprimir todos os seus extratos bancários dos últimos 5 anos e entregar aos investigadores e à patroa, mas eles se recusaram a receber.

O imbróglio perdurou até o último dia 3 de maio, quando Paula gritou, sem motivos, segundo Edna: “Esse celular é meu?”. A governanta confirmou que sim, era o aparelho que Edna usava para o trabalho, mas que também usava para questões pessoais, devido ao tempo em que passava no trabalho.

Edna relatou ainda que Paula teria tomado o aparelho e a obrigado a se isolar em um dos quartos. Minutos depois, ela teria pedido a senha do aparelho e pedido que outra funcionária fizesse o backup e retirasse a identificação facial do celular.

Segundo os relatos de Edna, a patroa teria se passado por ela para enviar mensagens a um de seus filhos, pedindo a senha do armazenamento em nuvem do aparelho. Informação que o filho de Edna não tinha.

"Depois, ela falou assim: 'agora pode trabalhar'. Como eu posso trabalhar? Eu não conseguia ficar em pé, estava me tremendo. Eu tenho problema de pressão alta e a pressão começou a subir, eu não conseguia respirar e fiquei num estado de pânico, totalmente de pânico. Eu não conseguia falar, só chorava. Eu pensei que iria morrer. Fui para o hospital, me medicaram. A médica perguntou o que aconteceu e eu falei que minha patroa estava botando muita pressão em mim", contou ela ao Splash.

No dia 5 de maio, Edna disse ter entrado em contato com Paula para saber se estava demitida, o que a patroa negou. Porém, Edna afirmou que não teria mais condições de seguir daquela forma. Ela então teria se prontificado a treinar uma nova pessoa para assumir sua função e sair somente quando tudo estivesse alinhado. Paula aceitou, segundo Edna.

Na segunda-feira, dia 6 de maio, Edna disse ter trabalhado normalmente, até o horário do almoço. Paula, que estava em pose do celular que era usado pela governanta, tocou um áudio em que Edna mostrava bebidas da casa para as amigas. Edna explicou que
tudo não passava de uma brincadeira e que jamais levou nenhuma bebida para fora do apartamento. Paulo a pediu que assinasse a carta de demissão, mas Edna se recusou, pois, segundo ela, queria entender o motivo de estar “sendo tratada como bicho”.

A patroa teria se revoltado com a negativa e expulsado Edna do apartamento. Ela foi acompanhada por outra funcionária, para que trocasse de roupa e por outro funcionário até o portão.

A defesa de Paula

Por meio de sua advogada, Paula Lavigne se defende afirmando que a acusação não passa de “uma estratégia de contar inverdades buscando julgamento pelo tribunal da internet”, afirmou ela ao Splash.

"Paula jamais acusou a ex-funcionária de ter furtado os dólares que estavam guardados. Essa acusação é infundada, inclusive está comprovado pelos depoimentos que estão sendo prestados em sede de inquérito policial. Aparentemente, essa narrativa está sendo usada como uma cortina de fumaça para desviar o foco daquilo que, realmente, foi objeto da demissão por justa causa e que está - será, no que ainda cabe provar - fartamente comprovado nos autos", relatou a advogada de Lavigne, Simone Kamenetz, em comunicado oficial.

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