A biomédica Paula Freitas ficou conhecida nacionalmente ao participar do "BBB 23" e continua na mídia mesmo após a eliminação, já que deu o que falar com os procedimentos estéticos que fez após o reality. Ao iG Gente, a ex-sister contou como reage às críticas à aparência e confessou que pretende reverter uma das mudanças do rosto. Paula também comentou outro assunto que permeia o dia a dia dela: o racismo que sofre na web e que sofreu dentro do programa.
Ao sair do "BBB 23", a biomédica coloriu o cabelo, corrigiu as sobrancelhas, fez bótox, tratamento nos glúteos e colocou um preenchimento na boca. A ex-BBB explicou que não fez as mudanças para ganhar engajamento: "Já queria mudar há muito tempo e não conseguia fazer isso por falta de grana mesmo".
Ela pontua que tenta não mudar muito já que segue o lema de "menos é mais", mas confessa que pretende reverter um dos procedimentos, que foi julgado como exagerado. "Minha mãe falou: 'Quero que você diminua um pouco mais essa boca'. Então, acho que vou fazer por ela. Estou pensando nisso", disse a biomédica.
No entanto, Paula já tem novos procedimento à vista: mudar as facetas dentárias (próteses de resina ou porcelana que mudam a cor e tamanho dos dentes). "Eu já queria mudar elas há um tempo, porque são bem antigas. Mas pretendo fazer mais coisas também", adiantou.
Críticas
As mudanças estéticas da ex-sister chamaram atenção na web e fizeram com que Paula fosse alvo de críticas. Sobre os comentário, Paula é categórica: "Na rede social, quem te engaja não é quem te ama, são os haters. Porque eles sentem o desejo feroz de acabar contigo, a todo custo, de te detonar. Então, eu acho bom, porque eu estou feliz comigo", ressalta.
Porém, mais do que críticas sobre os procedimentos, alguns internautas foram racistas com a ex-BBB. Paula, inclusive, desabafou na Casa do Reencontro. "Eu recebi muito hate no direct. Minha amiga escondeu muita coisa de mim, porque ela mexe nas minhas redes sociais, mas muita coisa... 'Está pensando que é quem?'. Por exemplo, hoje tenho duas pessoas que me vestem. 'Está pensando que tu é quem para ter stylist para te vestir? Uma nega dessa?", disse ela, na ocasião.
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Paula afirmou que tenta não se importar com os comentários racistas que recebe nas redes sociais. "Eu tenho um amigo que fica na rede social junto comigo e também tem a galera do escritório. Eles restringem muita coisa, então, eu não vejo. Quanto menos eu vejo, menos eu sinto. Porque eu vejo muitos absurdos e eu sou muito esponja, eu absorvo mesmo e sofro demais", pondera.
A sister explica que acaba vendo ataques do Twitter pela rede social "não ter filtro" e confessa que não pretende tomar medida judicial, mas tem uma exceção. "Em um caso muito extremo, como, por exemplo, se tocar na minha família, aí para mim é medida drástica. Mas no geral cada um vive sua vida, eu estou vivendo tão bem a minha vida. Não quero guerra com ninguém", pontua.
Paula, como mulher preta no "BBB 23", diz ter sofrido racismo no reality
Na Casa do Reencontro, Paula também afirma que através do "BBB 23" se reconheceu como uma mulher preta. A ex-BBB, então, revela qual foi o momento exato que teve a percepção: "Foi em uma ação. Lá, o Fred Nicácio falou assim: 'Vamos todos os pretos tirar uma foto'. E eu fiquei lá boiando. Ele [Fred Nicácio] falou que no momento entendeu e pensou: 'Ela não sabe que ela é preta'. E eu realmente não sabia, eu descobri aquilo dentro do Big Brother".
Paula conta que ela e Fred tiveram algumas conversas no reality sobre ela ser uma mulher preta de pele clara. "Aquilo foi despertando, aí quando chega na Casa do Reencontro, eu conto para o Fredão [Fred Nicácio] que até meu irmão falou: 'Então, eu também sou um homem preto'. Aí eu falei: 'Até isso roubaram de mim, porque sempre me chamaram de moreninha e neguinha", pontuou.
Sobre o racismo, Paula afirma que caiu como um "bomba" na vida dela e que está aprendendo a lidar. "Eu não tinha noção que isso é muito enraizado e só quem sabe é quem passa. Então, eu estou pegando coisas que eu já passei lá atrás e refletindo. É muito doido eu ver isso, me assusta".
A ex-sister elogia como Fred Nicácio escancarou a situação para ela. "O BBB foi minha salvação, quanto os meus ancestrais, de onde eu venho, porque eu sou de uma família toda preta. Lembrava do meu irmão, eu lembro que minha mãe falava assim: 'Você não pode colocar um brinco porque você é negro e pobre. Tem que pensar duas vezes, senão a polícia pode te pegar e pode fazer alguma coisa com você, você não vai arrumar um emprego' e era tudo que o Fred [Nicácio] conversou comigo. Eu até agradeço de ter conhecido ele porque ele me colocou num lugar que eu nunca imaginei".
Paula, no entanto, confessa que o processo de reconhecimento é "doloroso". "Aí que você começa a ver coisas que você não entendia, você começa a entender e ver que é bem chato, que causa incômodo e que causa dor mesmo. Mas no geral eu tô muito feliz de saber quem eu sou de onde eu vim", reflete.
A ex-BBB ainda reforça as críticas ao racismo no "BBBB 23". Ela disse que pessoas julgavam ela, de uma forma diferente, dentro e fora do programa por ser negra. "Lá dentro, eu falei para Bruna: 'Você não lava a louça e é engraçado. Se eu não lavar a louça, sou levada para o Jogo da Discórdia e sou chamada de preguiçosa. Você bater a porta, é engraçado, mas se eu bato a parto, sou mal-educada'. Então a gente vê isso, claramente, lá dentro".
Todavia, Paula comemora que as críticas ao racismo no reality estejam sendo feitas. "O meu caso [com a Bruna] foi velado, mas, agora, já não é mais e que bom. Alguns têm que servir de exemplo para outros".
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