O corpo de Arnaldo Jabor será velado numa cerimônia aberta a fãs na quarta-feira partir de 11 horas, no foyer do Museu de Arte Moderna (MAM), no Flamengo, na Zona Sul do Rio. Nesta terça-feira, um velório na capital paulista foi reservado a familiares e amigos.
Conhecido tanto pelo trabalho no cinema quanto em TV, rádio e jornais, ele morreu ontem, aos 81 anos, por complicações de um AVC. O cineasta e comentarista estava internado desde dezembro no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Ele deixa os filhos João Pedro, Carolina e Juliana e os quatro netos.
Nascido em 12 de dezembro de 1940, no Rocha, na Zona Norte do Rio, Jabor era filho de um oficial da Aeronáutica e uma dona de casa. Em mais de 50 anos de carreira, ele trabalhou em cinema, jornal, TV e rádio, tratando de política ou contando histórias. Em seus filmes e textos, procurava observar a sociedade brasileira e criticar suas hipocrisias.
No cinema, dirigiu sete longas, dois curtas e dois documentários. Em 1967, produziu o documentário “Opinião Pública”, sua estreia como diretor, em que traçou um painel da classe média carioca após o golpe militar de 1964.
Nos anos 1970, Jabor tornou-se um dos mais bem-sucedidos diretores do país com filmes como “Toda nudez será castigada” (1973). Adaptação da obra de Nelson Rodrigues, o longa foi um grande sucesso de bilheteria, sendo o primeiro vencedor do Festival de Cinema de Gramado e rendendo a Darlene Glória o Urso de Prata por melhor atriz no Festival de Berlim. Ele também trabalhou com grandes nomes da dramaturgia nacional. Fernanda Torres, por exemplo, foi premiada como melhor atriz no Festival de Cannes por seu trabalho em “Eu sei que vou te amar” (1986).
Com a crise do cinema nacional nos anos 90, Jabor levou suas críticas para o jornalismo de opinião. Por quase três décadas, escreveu oito livros, como os best-sellers “Amor é Prosa, Sexo é Poesia” e “Pornopolítica”, e mais de 1.500 artigos em jornais brasileiros como “O Globo”. Ele também se dedicou ao trabalho na rádio CBN e na TV Globo, onde sfez comentários em diversos jornais. O cronista apresentou sua última coluna no “Jornal da Globo” em novembro.
Em 2017, Jabor deixou o trabalho como articulista na mídia impressa para se dedicar a seu próximo filme, “Meu Último Desejo”. O longa foi rodado semanas antes da eclosão da pandemia e ainda não tem previsão de estreia.