A Rita Cadillac todos já conhecem há anos, mas é a Rita de Cássia que promete se abrir e contar tudo o que viveu ao longo de 67 anos no livro "Frente & Verso", escrito pelo jornalista Flavio Queiroz. A atriz e dançarina acaba de lançar a biografia
e conversou com o iG Gente sobre algumas passagens de sua vida, alegrias e tristezas.
No livro, Rita comenta algumas passagens de sua vida sobre as quais não costuma falar muito. Um dos assuntos abordados pela dançarina foi um aborto caseiro. Ela conta que no final dos anos 1980 tinha um caso com um jogador de futebol que costumava sempre ir à casa dela. O caso deles seguia normalmente, até que um dia a atriz descobriu estar grávida.
Já sendo mãe de um filho e com uma vida profissional agitada por conta de shows por todo o país, Rita pensou que não poderia ter aquele filho. Ela lembra que recomendaram um "remedinho" para ela e após tomar o comprimido acordou de noite com sangue nos lençóis. A artista precisou ser levada ao hospital e entrou imediatamente em cirurgia. "Não pensei direito. Soube depois que era uma menina. Fiquei muito mal e nunca mais me perdoei. Sonhei anos com essa história e até hoje vivo com essa dor", diz no livro.
Além do aborto, a prostituição no começo da vida adulta e os filmes pornô são acontecimentos que a ex-chacrete conta serem dolorosos de serem lembrados. "Isso é doloroso para mim. Isso é muito doloroso. Não me arrependo de nada na minha vida, posso falar que se pudesse voltar no tempo eu não faria", diz.
"Pai" e "mãe" de Rita Cadillac
Rita ficou conhecida no Brasil inteira por ser uma das chacretes, mas além de Abelardo Barbosa, o Chacrinha, a dançarina também agradece outra famosa personalidade por sua carreira artística. Antes da televisão, Rita trabalhou na companhia do sambista Haroldo Costa e da coreógrafa Mary Marinho. Com a companhia, ela realizou shows pelo Brasil e pelo mundo e conta que quem a ensinou a ser sensual e subir nos palcos foi ninguém menos que Rogéria.
A dançarina diz se sentir muito agradecido por todo o apoio e ensinamentos que recebeu e lamente não ter tido a permissão para citar Rogéria no livro. "Ela que me ensinou e no livro eu tive que tirar, estava tudo certinho e quando a gente pediu a autorização a família não deu. Mediante a pagamento ela daria, então a gente decidiu tirar. Eu participei do filme da Rogéria e não recebi nada. Muito triste, conto o episódio, mas não conto quem é a figura. Isso me machuca, parece que eu estou omitindo quem é a pessoa que muito me ajudou", diz.
Durante a entrevista, Rita conta que uma das melhores que tem de Rogéria foi em Porto Rico, quando estavam viajando por causa de um show na companhia. "A melhor lembrança foi em Porto Rico, ela me ensinando a me maquiar, a ser mulher sensual", recorda.
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Sobre Chacrinha, não é nenhum segredo que a ex-chacrete se sente agradecida de ter trabalhado por tantos anos com o apresentador. "Trabalhei dez anos com um put* cara. Tenho um sentimento muito importante com ele até o dia de hoje. Foi um pai para mim, foi professor. Ele foi isso tudo para mim. Esses sentimentos todos eu tenho até o dia de hoje e agradeço muito a ele por ter feito a Rita Cadillac", diz.
Sobre o restante do elenco do Chacrinha, Rita diz que tinha um bom relacionamento com todos e garante que qualquer embate que teve ficou no passado. Na verdade, ela fala que os maiores conflitos que teve foram consigo mesmo.
"A Rita Cadillac briga com a Rita de Cássia e a Rita de Cássia briga com a Rita Cadillac. A Rita de Cássia é muito sensível, fica triste, mas não quer expor isso. A Rita Cadillac não, ela já manda… Então, às vezes, eu brigo com isso. Eu gostaria até me expor mais", explica.
Os dias de hoje
Aos 67 anos, Rita segue trabalhando como atriz, dançarina e não abandonou o lado sensual. Ela mantém um perfil no OnlyFans, plataforma na qual os usuários pagam para ter acesso aos conteúdos dos criadores. A artista criou uma conta no site durante a pandemia, para complementar a renda e diz adorar o trabalho por lá.
"É uma forma de ganhar dinheiro, porque até então eu não estava trabalhando, meu primeiro show vai ser no dia 11 agora. É o meu primeiro show desde o ano passado, então me ajuda a viver. Eu também gosto porque tento fazer fotos muito bonitas com fotógrafo e maquiador, tudo muito bonito, para mim ali é uma revista eletrônica, é uma Playboy, uma sexy, um revista que eu produzo do jeito que eu quero", diz.
A respeito das pressões estéticas que vem com o fato de trabalhar com a imagens, Rita diz lidar bem com isso e fala que não se importa com as rugas e outras marcas da idade, aliás prefere a aparência de agora do que de quando era jovem. "Eu me acho até mais bonita. Não tenho esse problema de idade, se tivesse estaria cheia de plástica e de botox na cara", fala.
Rita analisa que o amadurecimento também trouxe vantagens. Ela analisa que está menos medrosa do que costumava ser e também diz enxergar vantagens na vida sexual. "Estou com mais fogo e bem melhor porque com o tempo a experiência é boa. A gente vai aprendendo coisas novas e reinventa as coisas velhas", comenta.