No universo da música popular contemporânea, números e marcas por vezes se mostram mais relevantes que o talento. Marília Mendonça, vítima de um trágico desastre aéreo, era uma grande combinação de ambos. Artista mais ouvida do Brasil no streaming em 2019 e 2020, ela colecionou recordes e dígitos nas mais diversas redes.
Um dos mais impressionantes veio durante a pandemia: foi dela a live musical mais vista na história do YouTube, com 3,3 milhões de acessos simultâneos, em maio de 2020. Ainda no YouTube, a cantora tem 22 milhões de inscritos em seu canal, cujos vídeos acumulam 14 bilhões de visualizações.
No Spotify, plataforma de streaming mais popular do mundo, são 21,3 milhões de seguidores e, atualmente, 8,3 milhões de ouvintes mensais. Ao longo de sua carreira, iniciada oficialmente há cerca de seis anos, ela lançou sete álbuns, entre discos solo e projetos colaborativos — como o mais recente, "Patroas 35%", com as amigas sertanejas Maiara e Maraisa.
O grandioso projeto "Todos os cantos", que rodou as capitais do Brasil com shows gratuitos lançando singles inéditos, rendeu um álbum que alcançou a tripla platina com suas 240 mil cópias vendidas.
Além de cantora de talento reconhecido, Marília Mendonça ainda cumpria a atual agenda de artista influenciador. No Instagram, era seguida por 37 milhões de pessoas — número que saltou para 40 milhões após sua morte. Por lá, compartilhava sua rotina com os fãs, inclusive registrou a ida para o avião que cairia pouco depois, antes de chegar ao seu destino em Minas Gerais.
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No Twitter, ela também era bastante popular, seguida por quase 8 milhões de usuários. Na rede, ela viralizava com memes, frases de efeito ("primeiro a gente peita, depois a gente aceita", escreveu ontem) e também reflexões, como outra postagem do dia de sua morte, em que falou: "já repararam que mulher não sabe fazer coisa meia boca? se for pra fazer um trabalho, ela entrega tudo".