Marília Mendonça, de 26 anos, e outras quatro pessoas morreram nesta sexta-feira (06) em um acidente de avião. A CENIPA, Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, apura as causas da queda da aeronave.
Em entrevista, o piloto Rafael Lacerda, que trabalha há 10 anos sobrevoando a região de Caratinga, em Minas Gerais, falou sobre a periculosidade do local. "Aquela é uma área que todos os pilotos evitam voar. A gente não sabe por que ele decidiu ir por ali", comenta ele ao Correio 24 horas. A cantora e sua equipe se dirigiam para Caratinga para realizar um show. O avião caiu faltando 15km do destino final.
Lacerda, que usava uma frequência de rádio aberta pouco antes de chegar a Caratinga, diz que conseguiu ouvir o piloto que transportava Marília Mendonça dando as instruções para o pouso. “Ele reportou duas vezes que tinha ingressado na perna do vento, um procedimento que a gente usa para pousar. Só ouvi isso e, depois, mais nada. Aparentemente, o avião não estava em pane”, continua.
Na tarde de sexta-feira (05), a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) confirmou em nota que o avião da cantora atingiu um cabo de uma torre de distribuição da companhia, mas não deixou claro qual seria o papel desse choque para a queda da aeronave. De acordo com Rafael, os fios na região costumam atrapalhar o pouso, a ponto de ela ser evitada por quem conhece a área. "Para nós que estamos acostumados, os fios não chegam a atrapalhar. Mas eles estão em um setor de muita aproximação e com o relevo muito alto, então é uma área que todos os pilotos evitam. Quando eu pousei, passei por cima do local do acidente e não percebi o avião ali", lembra.