Deborah Kalume
Reprodução/Globoplay
Deborah Kalume


O Globoplay lançou recentemente  "Em Nome de Deus" , uma série documental que investiga como um dos médiums mais famosos do Brasil escondeu centenas de abusos sexuais e outros crimes. A produção reúne depoimentos de várias mulheres vítimas de João de Deus, entre elas, Deborah Kalume, atriz da Globo que fez novelas como "A Vida da Gente" e "Deus Salve o Rei". 

Na época, Deborah procurou a ajuda do médium para o então marido, o cineasta Fábio Barreto, que ficou em coma após um acidente de carro. Nas redes sociais, Deborah publicou um longo desabafo em que conta por que decidiu tornar público o drama que viveu.

“Demorei muito tempo da minha vida para falar sobre esse assunto. Tardei, mas não calei. Não foi fácil, nem está sendo agora ouvir e rever tudo isso novamente, mas sei que foi extremamente necessário para que monstros como esse jamais, jamais usem de escudo o silêncio das mulheres”. Fábio Barreto morreu em 20 de novembro de 2019, quase dez anos após o acidente. O curandeiro João de Deus foi condenado a 63 anos na cadeia, mas atualmente cumpre a pena em casa por causa da crise mundial de saúde.

Veja o desabafo na íntegra:

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Demorei muito tempo da minha vida para falar sobre esse assunto. Tardei, mas não calei. Não foi fácil, nem está sendo agora ouvir e rever tudo isso novamente, mas sei que foi extremamente necessário para que monstros como esse jamais, jamais usem de escudo o silêncio das mulheres! Agradeço, do fundo do meu coração, à Camila Appel e toda equipe do programa, além das mulheres tão corajosas e incríveis que a vida me presenteou, nessa roda e fora dela. Não posso deixar de falar da Sabrina Bitencourt que ficava horas comigo e me levou ao caminho da denúncia. Todo o amor que eu NÃO ENCONTREI naquela Casa Dom Inácio de Loyola - com um líder abjeto e seus funcionários cúmplices - eu encontrei nesse programa! Todos estavam tão envolvidos que a emoção saltava num olhar, aperto de mão, abraço. E por isso conseguimos falar, apesar de todo constrangimento e medo. Obrigada por tudo o que fizeram. Ter uma família e uma rede de amigas e amigos que ACREDITAM em você - privilégio que nem todas as mulheres abusadas têm, infelizmente - faz com que você não se sinta mais sozinha. E isso me encorajou a denunciar, me fez não mais querer calar. E me libertou também. O auto conhecimento gera força. ABRIR os olhos do meu EU INTERIOR é o que busco diariamente na minha prática de meditação Budista. Oro para que pessoas tenham a boa sorte que tive de ter apoio! Que superem o luto com a luta. Pois o silêncio vem do descrédito histórico, sistemático que as mulheres enfrentam, muitas vezes dentro de casa!

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