Em entrevista ao jornal El País , Woody Allen falou sobre o seu livro lançado recentemente, "A Propósito de Nada", e tentou, de uma vez por todas, se livrar das acusações de que  abusou sexualmente de  sua filha. O cineasta é acusado de abusar sexualmente de sua filha , Dylan Farrow, quando ela tinha apenas 7 anos de idade.

Woody Allen
Divulgação
Woody Allen


Allen explicou por que se manteve em silêncio sobre o caso durante tanto tempo. "Quando se é inocente, essas coisas não te importam. Não quis perder tempo pensando nisso. Não senti que devia uma explicação a ninguém. A investigação concluiu que eu não havia feito nada, de modo que me centrei em meu trabalho e em minha família. Pensei que era uma perda de tempo dar entrevistas na televisão e escrever artigos. Mas, para responder a sua pergunta: sim, talvez meu silêncio tenha feito com que as pessoas duvidassem, que pensassem: 'Por que está tão calado?'”.

Ainda sobre o assunto do abuso, ele disse: "Quando tudo isso aconteceu, simplesmente continuei trabalhando. Estava em todos os jornais, mas os outros se interessavam por isso mais do que eu mesmo. Era absurdo que alguém acreditasse que eu teria feito algo assim a minha filha de 7 anos, que poderia ter abusado dela de qualquer forma. A ideia era tão absurda que nunca falei sobre isso. Trabalhei e continuei trabalhando, e nunca me importou. Era só coisa dos tabloides, que no fundo vivem disso..."

Na época em que a acusação de Dylan veio à tona, a Amazon suspendeu o acordo de produção e distribuição de obras do cineasta , o grupo Hachette se negou a publicar o livro e várias universidades deixaram de estudar os filmes de Allen. Mas, mesmo assim, ele afirma que tudo isso não o abalou tanto assim. "A editora recusou o livro, mas 15 minutos depois tinha outra que estava disposta a publicá-lo. A Amazon me deu às costas, mas pude rodar outro filme pouco depois. Tudo isso não me impediu de continuar trabalhando e que as pessoas continuassem vendo meus filmes. É verdade que alguns atores me disseram que não queriam trabalhar comigo em 'Rifkin’s Festival', o filme que rodei em San Sebastián [estreará no segundo semestre]. Mas não aconteceu nada: simplesmente encontrei outros. Se ninguém quiser trabalhar comigo e ninguém quiser ver meus filmes, talvez me afetasse. Mas não foi isso que aconteceu...", revelou. 

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