O humorista Gustavo Mendes, conhecido por interpretar a ex-presidente Dilma Rousseff, teve o seu stand up "Di Uma Vez Por Todas" interrompido após fazer críticas ao presidente da república, Jair Bolsonaro (PSL), na última sexta (30), em Teofilo Otoni, interior de Minas Gerais.
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Parte do público saiu do teatro no meio do espetáculo e reivindicou o dinheiro do ingresso. De acordo com o advogado e professor universitário João Gabriel Prates, de 26 anos, que estava presente na plateia, Gustavo foi hostilizado por apoiadores de Bolsonaro com expressões como "vai fazer show na África" e "eu te paguei para fazer piada, para de fazer política".
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"Ele faz o personagem da Dilma sem ser depreciativo e as pessoas estavam reagindo ao que ele falava, rindo e criticando também. Até que alguns telespectadores contrários ao posicionamento que ele adota no show reagiram de forma mais pesada às críticas ao presidente. O Gustavo parou o show e disse que ia devolver o dinheiro", contou o professor.
João Gabriel também afirmou que as pessoas tentaram censurar o espetáculo do humorista, acionando a Polícia Militar. "Os produtores estavam do lado de fora pegando os nomes de quem queria o dinheiro de volta e parte dessas pessoas queria voltar para atrapalhar o show. A Polícia Militar foi chamada numa tentativa deles de acabar com o stand up. O Gustavo ficou abalado com a situação, mas deu continuidade ao espetáculo depois da confusão e recebeu as pessoas para tirar foto no final".
De acordo com a PM de Teófilo Otoni, os policiais militares foram acionados por volta das 21h35 e houve registro de um boletim de ocorrência. A assessoria de Gustavo Mendes não foi localizada para comentar o caso envolvendo críticas a Bolsonaro .