A 96ª edição do Oscar está chegando! No domingo, 10 de março, o Oscar 2024 contará com a presença de inúmeros veteranos de Hollywood: desde Robert De Niro, com o aclamado Assassino da Lua das Flores, à segunda indicação da cantora Billie Eilish com a canção "What Was I Made For", presente no fenômeno global Barbie.
Conhecida por ser uma premiação conservadora no que se relaciona à presença de minorias nas indicações, o Oscar 2024 deixou de fora algumas das melhores performances femininas que ocorreram no ano de 2023 e o iG Gente listou 8 mulheres esquecidas nas categorias de direção, atuação e roteiro.
Barbie e a injustiça com Greta Gerwig e Margot Robbie
Qualquer pessoa que acompanhou o circuito de filmes lançados em 2023 sabe o barulho que "Barbie" fez. Dirigido por Greta Gerwig, conhecida pelos filmes "Lady Bird" e "Adoráveis Mulheres", o terceiro longa da americana conseguiu 8 indicações para o Oscar 2024.
No entanto, algo chamou atenção dos fãs: a diretora não foi reconhecida na categoria de Melhor Direção, marcada, historicamente, por indicar apenas performances masculinas atrás das câmeras.
Sucesso de bilheteria e crítica, "Barbie" se tornou um fenômeno e levou bilhões de pessoas aos cinemas. Tal feito não foi o suficiente para garantir a indicação de Greta Gerwig, que contém apenas uma indicação na categoria, com o drama adolescente Lady Bird.
Quem também ficou de fora desta edição foi a atriz Margot Robbie. Em outras premiações da temporada, como o Critics Choice Awards e o Globo de Ouro, a australiana foi reconhecida por dar vida à personagem-título.
Mesmo assim, conforme os meses se passaram desde o lançamento de Barbie, a campanha da artista perdeu o fôlego, principalmente com a chegada estrondosa das atrizes Lily Gladstone por "Assassino da Lua das Flores" e Emma Stone, com "Pobres Criaturas".
Celine Song na estreia do primeiro filme: Vidas Passadas
"Vidas Passadas" é o longa-metragem de estreia da diretora Celine Song. A trama é centrada na vida de Nora, uma mulher coreana que se mudou para os Estados Unidos no início da adolescência, deixando o melhor amigo Hae Sung no país de origem. Após 20 anos, eles se reencontram e o filme aborda o crescimento de ambos os personagens ao decorrer dos anos em que ficaram separados.
Celine Song foi extremamente aclamada pela forma como dirige e roteiriza a história de "Vidas Passadas". Na categoria de Melhor Roteiro Original, ela foi reconhecida, mas não conseguiu o mesmo feito em Melhor Direção, categoria essa que possui apenas uma mulher indicada: Justine Triet, com o magnífico "Anatomia de Uma Queda".
A 96ª edição do Oscar poderia ter feito história ao indicar, no mínimo, duas mulheres à categoria pela primeira vez. Assim como aconteceu com Greta Gerwig, a cineasta coreana merecia o reconhecimento.
Greta Lee em uma atuação tocante
A atriz americana com ascendência coreana seria uma concorrente à altura das indicadas na categoria de Melhor Atriz deste ano. Em "Vidas Passadas", Greta Lee tem a difícil tarefa de fazer jus ao belo roteiro de Celine Song e entregar uma protagonista que se relacione com o público no que diz respeito aos dilemas vividos quando somos adultos.
Além do trabalho espetacular da atriz, a representatividade em tê-la indicada também seria importante logo um ano após a vitória de Michelle Yeoh por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo.
Julianne Moore e Natalie Portman no melodrama Segredos de Um Escândalo
O longa dirigido por Todd Haynes é, provavelmente, um dos filmes mais interessantes que foram lançados no ano de 2023. A trama acompanha uma atriz em busca de conhecer de perto a história de um casal que ficou conhecido na mídia por ter uma grande diferença de idade. Portman vive Elizabeth, que mora por um tempo com a família de Grace, interpretada pela veterana Julianne Moore. Ao longo da narrativa, Portman desvenda os pensamentos mais profundos de Moore.
Por ser uma história baseada em algo que de fato aconteceu, "Segredos de Um Escândalo" surpreende com o tom melodramático que carrega, indo ao ponto mais alto do gênero graças às atuações de Natalie Portman e Julianne Moore, que ficaram de fora da categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. O reconhecimento da produção se deu apenas na categoria de Melhor Roteiro Original.
Claire Foy em Todos Nós Desconhecidos
O filme "Todos Nós Desconhecidos" aborda a vida de dois homens gays: Adam, vivido por talentoso Andrew Scott, e Harry, interpretado pelo queridinho do momento Paul Mescal. O papel de Claire Foy na obra é exatamente como se entende a categoria em que foi esnobada: coadjuvante. Ela interpreta a mãe de Scott e põe na tela todo o instinto maternal característico de uma mulher.
Por ser um filme britânico, "Todos Nós Desconhecidos" foi lembrado na premiação BAFTA, o "Oscar do Reino Unido", colocando Foy como uma das indicadas à categoria. No entanto, o longa dirigido por Andrew Haigh, diretor da série gay Looking, foi completamente esnobado desta edição.
O texto simples (mas brilhante) de Crescendo Juntas
"Crescendo Juntas" é baseado no livro "Você esta aí, Deus? Sou eu, a Margaret" e conta a história de Margaret Simon, uma garota que precisa mudar de cidade devido ao trabalho do pai. No início da adolescência, a jovem tem as primeiras experiências da juventude, como a ida para uma nova escola.
Filmes focados em adolescentes possuem um título: são os coming-of-age, caracterizados por focar em um período de transição na vida de um jovem. No caso de "Crescendo Juntas", um dos maiores impasses de Margaret se relaciona à religião que ela irá seguir.
No entanto, o longa não é uma propaganda religiosa. Pelo contrário, por abordar mais de um tipo de crença, é no roteiro que a produção estrelada por Rachel McAdams se destaca e configura como um dos retratos adolescentes mais bonitos de 2023.
Kelly Fremon Craig, diretora e roteirista da história, foi lembrada na categoria de Melhor Roteiro Adaptado em outra premiação: o Critics Choice Awards. Entretanto, a americana não chegou à maior premiação da Sétima Arte.
Assista abaixo ao "AUÊ", o programa de entretenimento do iG Gente: