Pedro Carvalho interpreta Rui em
Divulgação/ Globo
Pedro Carvalho interpreta Rui em "Fuzuê"

Rui, de "Fuzuê", é o terceiro trabalho de Pedro Carvalho na Globo. Após embarcar em papéis dramáticos e humorísticos, o ator português interpreta, pela primeira vez, no Brasil, um vilão trambiqueiro. Mas o personagem, assim como outros na trama, enfrenta o problema da baixa audiência que assombra a novela das sete. Ao iG Gente, Carvalho conta como ele e o elenco lidam com isso e relatou outros desafios que Rui trouxe para a carreira.

Atualmente, a média de audiência acumulada por "Fuzuê" desde a estreia é de 20,2 pontos. O índice é menor do que os alcançados por tramas das sete que também não fizeram muito sucesso, como "Cara e Coragem" (2022) e "Quanto Mais Vida, Melhor!" (2021).

Pedro Carvalho afirma que não deixa a questão da audiência afetar o trabalho dele em "Fuzuê", diferentemente de outros atores. "Audiência é uma questão que, desde que comecei a trabalhar, eu sei que é algo bem importante em um projeto, mas cada um tem diferentes vivências sobre esse aspecto. Alguns atores se importam muito com isso. Mas é algo que eu, pessoalmente, não me importo. Eu me dedico igualmente, com a mesma paixão, mesmo profissionalismo para o projeto", aponta o ator.

Ele, no entanto, assume que fica atento às críticas do público e tenta incorporá-las no personagem para melhorá-lo. "O importante sempre é perceber o que eu posso melhorar no meu personagem, trabalhar para entregar o melhor. Acho que o público merece isso e, principalmente, eu mereço isso. Isso é a única coisa que, realmente, me preocupa porque audiência é preocupação da direção e da autoria do projeto".

Personagens brasileiros

Outro desafio que Rui, o agente de modelos golpista que veio de Portugal, trouxe para Pedro foi o sotaque. O personagem começou com um sotaque português europeu, mas ao decorrer dos capítulos foi perdendo a característica na fala e se abrasileirando. A mudança foi proposital, segundo o ator. Ele explica que Rui tem um histórico de viajar o mundo dando golpes, e, assim, se adapta ao ambiente.

"O Rui fala que já viajou o mundo inteiro e já deu golpes no mundo todo. Então, ele fala inglês, espanhol e português do Brasil. Algo que para mim foi muito bom porque eu pude mostrar outra vertente minha", completa.

Carvalho assume que sempre teve vontade de fazer um personagem brasileiro, ou que falasse o português daqui. "Sentia falta de fazer um personagem falando português do Brasil porque eu já tinha feito muitas novelas, séries, teatros e projetos em Portugal [...] Pude mostrar que eu consigo fazer outros personagens que falam português do Brasil. Isso abre um leque muito grande para mim, de oportunidades de trabalho, eu tenho investido nisso ao longo desses anos oito anos no Brasil, com aula de fono, por exemplo", explica o ator de "Fuzuê".

Inspirações em trambiqueiros reais

"Fuzuê" deu para Carvalho o primeiro vilão em novelas da Globo. O ator conta que se concentrou em trazer a característica de um personagem trambiqueiro para Rui e se inspirou em casos reais.

"Chegamos [o ator e a direção] na conclusão que poderíamos fazer ele inspirado no golpista do Tinder e no Jordan Belfort, do 'O Lobo de Wall Streat', referências de caras que foram 171 mesmo", diz Carvalho.

Além disso, para a aparência e trejeitos do personagem, o ator se inspirou em Jack Sparrow, do filme "Piratas do Caribe". "Com ele [Jack Sparrow], o Rui chega num lugar já assim, se jogando, com movimento muito aberto", detalha.

Percebe-se que Pedro Carvalho se dedicou na construção de Rui e realmente embarcou no projeto. O ator conta que por trazer um vilão 171, o papel o chamou muita atenção. Na época da proposta, Carvalho tinha um convite para outros projetos na emissora, além da trama de Gustavo Reiz, mas optou por "Fuzuê".

Empolgado, ele ainda relata que além de se interessar pelo personagem, queria trabalhar em uma novela das sete. Os últimos papéis na Globo foram no horário nobre, nas novelas "A Dona do Pedaço" (2019) e "O Outro Lado do Paraíso" (2017).

"Para mim, experimentar esse horário das sete é sentir outro público, um público que talvez não me conhece tão bem. Quando eu recebi esse convite, eu tinha outro convite em cima da mesa, para fazer outra novela, em outro horário, da mesma emissora e uma série no streaming. Eu acabei optando por fazer esse projeto [Fuzuê]. Por isso mesmo, porque é um horário que eu queria experimentar. E também foi pelo texto, eu gostei da ideia de ter uma novela mais leve", lembra Pedro, que define como gostoso interpretar um vilão "171 total" na Globo.

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