Longes das novelas por seis anos, Débora Falabella está de volta às telinhas. A atriz está no ar em "Terra e Paixão", novela das nove da TV Globo, como Lucinda, personagem que sofre violência doméstica. Ela celebrou este momento e ainda revelou os desafios de contar uma história ainda vivida por tantas brasileiras.
A atriz conta que procurou tomar conhecimento de diversos casos de violência doméstica e conversar com vítimas para interpretar Lucinda. "Infelizmente a gente fica sabendo de muitas histórias. De pessoas próximas ou não. Então, é algo que pesquisei também. Eu pude conversar com algumas mulheres e entender como são essas relações.
Falabella pontua que o papel é importante para fazer com que pessoas que passam a mesma situação se reconheçam. "A partir do momento em que você vê uma situação como essa e se identifica, você fica mais empático com a sua própria vida e com a vida de outras pessoas", disse ela.
A global ainda contou que passou a receber mensagens de vítimas de violência doméstica após o papel. "Quando a gente começa a fazer um papel como esse, pessoas chegam mais perto da gente para falar sobre o que passaram. Então, isso tem acontecido e tem sido bonito, assim de mulheres, até pelas redes sociais, me procurarem para contar sobre suas histórias.
Cenas violentas
Débora ainda fala das cenas difíceis que tem com Ângelo Antônio, que interpreta Andrade, o marido violento de Lucinda. A atriz explica que muitas das cenas que reproduzem a violência doméstica contam com dublês. Mas, em situações que os atores estão presentes, a equipe da novela entra em ação para fazer tudo com segurança.
"A coordenação de cena nos ensina como realizar essa cena sem a gente se machucar, é tudo com muito cuidado. Eu como atriz preciso entender como realizar essa cena para ela ficar incrível e, ao mesmo tempo, não me machucar. Não adianta querer fazer a cena para valer. Isso não existe, a gente precisa realmente entender como fazer da maneira mais incrível para o público", relata ela.
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A atriz também enaltece a parceria com Ângelo. "A troca com Ângelo está sendo maravilhosa. Eu conheço Angelo já de muito tempo. A gente já fez uma peça junto na minha companhia de teatro. Então, a gente ficou muito tempo contracenando junto (...) Eu acho o Ângelo um excelente ator, um ótimo parceiro de cena. Eu acho que para essa cenas violentas, a gente precisa ter uma conexão ótima com um parceiro e o Ângelo é sensacional nesse sentido".
Mãe de uma criança com albinismo
Além do recorte da violência doméstica, Lucinda é a mãe de uma criança com albinismo, Cristian, interpretado por Felipe Melquiades. Em "Terra e Paixão", o menino sofre bullying na escola pela aparência.
Débora conta da relação que criou com Felipe e como o pequeno ator e a produção da novela lidam com a questão do albinismo: "Já criamos uma relação maravilhosa, eu e o Felipe. Ele é um menino muito inteligente, muito consciente, fala muito bem sobre a questão dele e eu acho que isso dá para ele uma força muito grande porque ele entende que essa história está sendo contada para falar sobre isso. Então, as cenas, que ele sofre bullying, também são feitas com o maior cuidado, são feitas até separadamente".
A atriz ainda explora as diferentes questões que Lucinda enfrenta e celebra a personagens de diversas camadas. "Ela é uma mulher com diversas questões. Ela precisa lidar com o filho que tem albinismo (...) É uma mulher forte, provedora da casa, sustenta a família, lida no trabalho com um público muito masculino e consegue se impor. Quando chega em casa, ela tem essa questão com o marido e precisa entender que pode ser suficiente para a família sem esse marido".
"Acho que é um papel importante porque talvez seja um tipo de mulher diferente que sofre essa situação que ainda não tenha sido mostrada", analisa Débora.
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