Novelas Infantis do SBT seguem como sucesso
Reprodução/SBT
Novelas Infantis do SBT seguem como sucesso

Desde 2012 apostando em novelas infantis no horário nobre, o SBT segue lançando sucessos. De "Carrossel" até "Poliana Moça", as obras focadas no público infantojuvenil são bem recebidas pelo público tanto na televisão aberta quanto no streaming. 

Tanto no top 10 infantil quanto no top 10 para adultos na Netflix, as novelas do SBT dominam as primeiras colocações. No infantil, 4 de 5 novelas disponíveis na plataforma estão nos primeiros lugares. Já no adulto, "Chiquititas" e "Carinha de Anjo" seguem na quarta e quinta colocação, respectivamente. Mas o que justifica o sucesso do SBT com as novelas infantis? Para o iG Gente, Ricardo Mantoanelli, diretor de teledramaturgia do SBT e diretor de "Poliana Moça", aponta que o respeito ao público infantil é a chave para a conquista. 


"Estamos tão carentes de uma programação para esse público... todo mundo foi abandonando um pouco, principalmente na TV aberta, o conteúdo voltado à criança e ao adolescente e a gente continua respeitando esse público", afirma.

Para Mantoanelli, a aposta do SBT foca na família. "A gente teve muito sucesso desde que entramos nessa área da teledramaturgia infantil. Mas nem gosto de chamar assim, penso que a novela é mais para a família. A maioria do público que assiste a gente é de maior idade, adulto adora ver criança na televisão e crianças gostam de se ver, por isso a gente fala que nossas novelas são para 'crianças de todas as idades'", comenta.

O diretor analisa que as novelas infantis são um sucesso pela identidade que o SBT construiu nos últimos anos, desde "Carrossel"."É 'para a família', livre em classificação indicativa. Que você pode ver com o filho, pai, sem constrangimento. Pode assistir e ter certeza que não vai ter cenas de sexo, não vai ter um beijo mais ousado, não precisa tapar o olho da criança e, ao mesmo tempo, aborda assuntos contemporâneos e importantes de serem tratados", afirma.

Ricardo também faz um paralelo com outras emissoras da televisão aberta que produzem novelas. "Penso que o público se sente seguro, é um respiro, na concorrência, a Record tem novelas bíblicas, a Globo vai para o factual, a verossimilhança. A gente foge um pouco da realidade, tem esse lado lúdico que a gente aborda com muita força. Por um lado, desperta a criança interior", aponta. 

Sucesso em números

Seção infantil é dominada pelo SBT
Reprodução/Netflix 04.05.2022
Seção infantil é dominada pelo SBT

O diretor de "Poliana Moça" também fala da força que o streaming e plataformas como o YouTube têm. Ele diz que o SBT entendeu que os mais jovens não param para acompanhar a novela e boa parte dá preferência para assistir em outros horários. 

"A gente sente que a nossa audiência é muito grande nos canais digitais e atingimos uma média de 1,3 milhão de acessos. Depois de 24 horas, temos mais de um milhão de pessoas que acessaram, então, a gente acaba dobrando a audiência se computarmos os acessos digitais", revela. O capítulo que Ricardo comentou é o 31 de "Poliana Moça", que até o fechamento desta matéria, teve quase dois milhões de visualizações no YouTube. 

Ricardo também comenta que a Netflix é um bom exemplo do sucesso das obras infantis. "'Carinha de Anjo' está mais de 10 meses no top 5 da Netflix. O acerto comercial foi vendido pelo nosso parceiro, a Televisa. As novelas propriedades nossas, como 'Aventuras de Poliana' e 'Poliana Moça' foram negociadas diretamente com a plataforma, mas também estão no YouTube, pelo canal 'Tvzym'", explica. 

Da parceria com o YouTube, Ricardo diz que o acordo foi benéfico e "os dois lados ganham". "A gente acaba criando um conteúdo de qualidade para o YouTube e temos esse retorno de números, audiência e engajamento. As pessoas acabam participando da novela, a gente acaba vendo e recebendo o carinho dos fãs através desse contato do digital, mais imediato. É até um local de pesquisa para entender o que o público quer", comenta. 

Apesar do foco no público infantil, em abril deste ano o SBT acabou com o programa 'Bom Dia & Cia', mas mantém alguns desenhos na faixa matutina. Ricardo diz que, mesmo com o fim do programa de quase 30 anos, a emissora segue respeitando o público infantojuvenil. 

"É uma das únicas emissoras que tem o foco nesse público, não tem mais o espaço tão grande", analisa. Ricardo também tem algumas suspeitas das razões para o fim do programa matinal. "Não sei a decisão, mas tem o peso do comercial, o programa tem que se pagar, com breaks e tal. Com uma grande oferta ao público infantil, tem anunciantes que não têm interesse em vincular ao público", afirma. 

'Poliana Moça' foca nos adolescentes



Ricardo, que comanda a direção de "Poliana Moça", afirma que a pausa de três anos da novela por conta da pandemia da covid-19 gerou novos enredos para a obra. "A gente começou a fazer a continuação de 'Poliana Moça' quando acabou 'Aventuras'. Ali, a Poliana não estava moça e a Sofia não tinha tanta propriedade para falar da adolescência", explica.

"Passou a pandemia, todo mundo cresceu de alguma forma. Por mais que em casa, todo mundo viveu e amadureceu, quando voltamos, a trama volta três anos depois, eu falei para os atores pensarem no que os personagens passaram nesse período para trazer algo além do texto", comenta. 

Para ele, a obra traz novos conflitos para o público. "A Poliana lá atrás era aquela menina fofa e hoje continua isso, mas ela descobre a relação com o pai, tem as novas relações com os amigos, os namorados. Acaba sendo muito para ela dar conta e penso que traz mais questões, a novela fica mais rica em conflitos", pontua. 

Como a novela é focada na pré-adolescência e adolescência, Ricardo conta que o SBT se adequou à realidade do público-alvo. "A gente até criou uma linguagem gráfica diferente, uma novela com muita conversa por telefone, vai ter uma pandemia na novela, as crianças terão aulas virtuais. A novela é muito contemporânea, o texto se adaptou para isso", diz e completa:

"O Otto, que sempre está à frente do tempo, o Luca Tuber que entra com uma agência de influenciadores. A gente sempre se atualiza, mesmo dentro de uma obra clássica e aborda uma forma contemporânea na direção". 

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