Por que a gente quer tanto ver Rico Melquiades descobrindo que a ex-melhor amiga Dayane Mello foi a autora do estrago proposital no casaco favorito dele? A expectativa em torno do possível barraco épico tem pautado as conversas – e, em muitos casos, a rotina – dos fãs de A Fazenda.
Mas há uma linha muito fina neste caso entre o que é entretenimento e a perversidade de se divertir com o sofrimento e o descontrole levado ao extremo de participantes de um reality show.
Dayane pegou uma faca, atravessou a cozinha, rasgou o casaco preferido do rival como um pirata encontrando seu tesouro cheio de ouro. Demonstrou frieza ao falar sobre o plano para Valentina, mas agiu nas sombras e sem dar chance de defesa. Foi perversa e covarde. Mas ficou nisso e tudo foi tratado como um grande enredo de novela para o expectador. Mais uma artimanha da Carminha rural.
Resta saber como o caso poderia ter terminado caso Rico, conhecido pelo temperamento explosivo, tivesse visto a peoa no flagra. Ela estava com uma faca na mão.
Sobre o casaco destruído, independentemente se era bonito ou feito, barato ou caro, era uma peça em bom estado que foi inutilizada. Num país em que as pessoas estão passando fome, em crise financeira; que população desabrigada, vivendo nas ruas cresceu. É só uma brincadeira destruir algo que poderia ser um alento para quem precisa? Ou é um ato de egoísmo e alienação em rede nacional?
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Curiosamente, a Prova do Fazendeiro desta semana foi inspirada em um episódio da série fenômeno "Round 6 ", onde gente afortunada se diverte a custas de outras desesperadas e dispostas a pagar com a própria vida na busca por dinheiro.
Talvez existam mais semelhanças nesta temporada do reality com o sucesso da Netflix. Talvez a nossa busca por entretenimento tenha passado do ponto.
Seguimos...
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