Karol Conká e a Globo são alvos de uma ação na Justiça movida pela Associação dos Nordestinos do Estado de São Paulo (Anesp). A organização entrou com uma ação civil pública na Justiça do Rio de Janeiro por conta das falas da rapper no "BBB 21" que foram consideradas xenofóbicas.
Segundo o site Notícias da TV, a Anesp pede o direito a livre resposta na Globo, uma retratação de Karol em rede nacional, o envio de uma nota aos veículos de imprensa e a doação de mil cestas básicas. A ação corre na 28ª Vara Cível do Rio de Janeiro.
Durante o "BBB 21", Karol Conká analisou o jeito de Juliette falar e os comentários da cantora foram interpretados como xenofobia. "Me disseram que lá na terra [Paraíba] dessa pessoa é normal falar assim. Eu sou de Curitiba, é uma cidade muito reservadinha, tenho os meus costumes. Tenho muita educação para falar com as pessoas", disse a rapper.
"Tem de respeitar o nordestino, tem que conhecer a nossa história para não discriminar. O mínimo que nós queremos é respeito às nossas tradições. Isso tem que acabar, isso é doloroso. As nossas crianças têm que brincar sem o medo de passarem pela chacota, de baterem na cabeça, de serem humilhadas. Nós não vamos parar enquanto esse tipo de situação acontecer", diz Francis Bezerra, a fundadora da Associação dos Nordestinos do Estado de São Paulo, sobre a abertura da ação.
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"Karol Conká cometeu os crimes de difamação, de acordo com o Código Penal, podendo ter sua punibilidade excluída desde que faça formalmente um pedido de desculpa. E também cometeu o crime de xenofobia, ao fazer comentários desrespeitos sobre o povo, cultura e o local em questão; inferiorizou Juliette por seus costumes, além de ridicularizar seu sotaque, comparar seu local de origem com o da vítima, ridicularizando-a e a considerando inferior intelectualmente devido à sua cultura", explica a advogada Sandra Libarina Vargas, que representa a Anesp.
Quando Karol ainda estava no programa, a equipe dela soltou uma nota de desculpas pelos comentários possivelmente xenofóbicos. Durante entrevistas no "Mais Você" e no Multishow, Karol também se desculpou e disse que não teve a intenção de ser xenofóbica. Mas para a Anesp isso não é o suficiente, pois pessoas que não assistem o programa podem não ver essa retratação.
Por isso a associação quer o pedido de desculpas em rede nacional. Sobre a doação de cestas básicas, Francis argumenta que "ser humano só recua quando é atingido no bolso, enquanto ele não é atingido no bolso não está nem aí". Ela diz que as doações serão destinadas ao Nordeste e a comunidades carentes em São Paulo.
"Essa desculpa não é suficiente. Até porque muita gente que ouviu o que ela falou na TV não vai ver essa desculpa. Nós, os nordestinos, não somos uma raça inferior. Nós somos uma raça humana, inteligente, intelectualizada, somos trabalhadores e somos todos: do peão ao doutor. O mínimo é o respeito", conclui a fundadora da Anesp.