Tereza Cristina fica revoltada ao descobrir que foi traída
Reprodução/TV Globo
Tereza Cristina fica revoltada ao descobrir que foi traída


A novela "Fina Estampa", escrita por Aguinaldo Silva, foi produzida em 2011 e hoje, quase dez anos depois, está sendo reprisada no horário nobre da Globo. De lá para cá, o mundo ficou bem diferente e a trama tem sido muito criticada --  inclusive por atores que fizeram parte dela, como Marco Pigossi. Mas Christiane Torloni, que interpretou Tereza Cristina, defende que a arte pode e deve ser "politicamente incorreta".

"Acho que o Aguinaldo foi muito corajoso de escrever a novela na época, correndo todos os riscos de ser politicamente incorreto e botando na boca dos personagens coisas que hoje o politicamente correto condenaria completamente. E é para isso que existe a ficção. Você já viu governo mais politicamente incorreto que esse? A gente está falando de ficção, na ficção você pode e deve ser livre. Difícil é a liberdade que determina morte e vida das pessoas. A arte não tem esse compromisso e não deve ter. É libertadora por isso", opinou.

Ela, inclusive, lembrou de sua personagem Haydée, em "América", e criticou o atual governo: "Quando fiz uma cleptomaníaca, por exemplo. É terrível, é verdade, existem pessoas que têm essa doença. Aí você faz o quê? Tranca num quarto e finge que não existe? O ser humano precisa do espelho da arte. Isso o liberta. Ele chora, ri, reflete. Por isso, tentam desmontar todas as entidades de cultura neste país nos últimos dois anos praticamente. A arte é perigosa, ela pode e deve ser politicamente incorreta. O que não pode ser politicamente incorreto é o governo, que faz com que as pessoas estejam passando fome, morrendo sem respirador. Que tem corrupção e está queimando a Amazônia inteira, entregando ouro para bandido. Queimar a Amazônia é imperdoável. Não é fazer "Fina estampa" que é imperdoável", disse a intérprete da grande vilã da trama de Aguinaldo Silva à coluna de Patrícia Kogut.

Sobre Pigossi, ela disse que ele tem o direito de manifestar a sua opinião. "O nome disso é democracia. Eu luto para as pessoas terem o direito de falar o que elas quiserem. Ele tem o direito de manifestar a opinião dele. Posso concordar ou não. Como você já viu, não concordo. Eu gosto da novela e adoro minha personagem. As pessoas têm o direito de se arrepender de ter feito tal personagem. Eu não me arrependo de jeito algum. Se tivesse que fazer, faria de novo e me divertiria tanto quanto ou mais, porque acho que agora devo estar melhor como atriz do que há nove anos. Então, provavelmente, seria mais abusada ainda. Eu acho que ele fez muito bem o papel dele. Era difícil para caramba. É um bom ator", disse.

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