Programada para ir ao ar na noite desta terça, a entrevista com Romero Britto no programa "Conversa com Bial" ganhou um novo depoimento do artista pernambucano, após viralizar na internet, na semana passada, um vídeo em que uma mulher quebra uma obra de sua autoria, avaliada em R$ 26 mil.
A entrevista já havia sido gravada, mas após o incidente a produção do programa enviou outras perguntas a Britto, solicitando que ele gravasse um novo vídeo, para contar sua versão da história. No registro feito em 2017, a mulher se identifica como dona do restaurante Olé Olé Tapelia, localizado em frente à galeria, na Lincoln Road, um dos principais roteiros turísticos da cidades. Ela se dirige a Britto e diz que o marido lhe deu a obra de presente, e que o admirava como artista. Em seguida, muda o tom e o acusa de ter tratado mal seus funcionários, antes de atirar a escultura no chão.
Sem responder às perguntas feitas pela equipe de Bial, o pernambucano radicado em Miami desde os anos 1990 disse que, "infelizmente, há pessoas que querem ficar famosas às custas de outras e levam aos extremos."
"A respeito do vídeo que anda circulando na internet, o incidente ocorreu em 2017, todos podem ver que fui vítima de uma pessoa que foi a uma das minhas galerias e quebrou uma peça que havia ganhado. Uma peça como aquela de porcelana ao quebrar poderia ter causado danos a mim, a ela ou qualquer outra pessoa no local. Nunca presenciei tamanho desrespeito em toda minha carreira", comenta Britto na gravação.
O artista também lamentou o apoio dado à atitude da mulher por brasileiros em redes sociais: "O único fato é que os vídeos divulgados mostram uma pessoa agindo com violência contra um artista. E o tribunal da internet aplaudindo e fazendo apologia ao ódio. Não quero alimentar mais esse assunto ou a mídia. Eu prefiro que a consciência dela ajude."
Pedro Bial citou as preguntas enviadas ao artista: "Eu tinha perguntado se ele estava conseguindo dormir bem no meio dessa crise toda, também quis conhecer a versão dele sobre o que aconteceu no restaurante e também perguntei por que só três anos depois esse vídeo veio a público." O apresentador destacou a projeção de Britto e lamentou por ele não ter respondido as perguntas: "Se ele tivesse respondido teria sido legal, teria sido legal para ele, para marca dele, que movimenta centenas de milhares de dólares por ano, teria sido legal pras tantas pessoas cujo o emprego depende do trabalho dele e também teria sido bom para todos nós, fãs de Romero, e entre esses fãs, tantas crianças que o admiram demais".