Fábio Porchat está de casa e programa novo. Após migrar da Record para a GNT , o humorista estreia nesta terça-feira (6), às 22h30, o "Que História é Essa, Porchat?", sua mais nova atração. Porém, quem pensa que ele fará novamente um talk show , o próprio explica melhor como será em entrevista exclusiva ao iG .
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"É um talk show? É um game show? Não. Sabe, estamos com bastante talks shows no momento, o que é ótimo, mas o formato satura”, diz o apresentador. “Será um programa em que anônimos e famosos
contam as suas melhores histórias. Todos têm uma boa história pra contar”, acredita Fábio Porchat
.
“Nos talk shows todo mundo dá opinião sobre tudo. Todo mundo lacrando. Lacra na rede social. Lacra nos programas de TV. Lacra em tudo quanto é canto. Eu quero um programa que não tivesse lacração”, defende o apresentador em conversa por telefone. “Não quero saber como o convidado começou ou o que está fazendo. Eu só quero ouvir a sua melhor história”.
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Com produção do Porta dos Fundos e exibição semanal às terças-feiras, o programa terá um cenário de 360º e terá três convidados por vez. “Enquanto os rostos conhecidos ficam em cadeiras no centro, os anônimos eu busco na plateia. Depois de ouvir os famosos, eu vou para o meio do público para ouvi-los”, fala o apresentador que diz não sentir diferença entre fazer TV e internet: “É a mesma coisa. São apenas plataformas diferentes”.
Dos convidados que estarão na primeira temporada, ele adianta os que renderam as melhores risadas: “Tem muita gente que eu já era amigo e fiz questão de ter no programa, como a Dani Calabresa que é uma das pessoas mais engraçadas do mundo. Ela foi um exigência minha. O Lúcio Mauro Filho também, é um contador de história brilhante”.
E, não foram só os “chegados” de Porchat que deram as caras no programa. “Teve pessoas que eu não tinha nenhuma intimidade como a Cláudia Raia e a Regina Casé , por exemplo, e arrasaram”, revela antes de responder qual seria o convidado dos sonhos: “Amaria ter o Faustão. Imagine as histórias que ele iria contar?”.
Segundo o apresentador, outro ponto positivo do programa é a liberdade de poder falar o que quiser, sem restrições. Em 2018, Porchat encerrou contrato com a Record um ano antes do previsto. “A GNT é bem cabeça aberta nesse sentido, então terá de tudo um pouco. Posso falar de sexo, palavrão, o que quiser”, conta.
Humor que preocupa
Quando o assunto é política , o humorista muda o tom: “O Brasil sempre foi o país da piada pronta, como diria José Simão. Mas, o humor é sempre do contra. Contra tudo isso o que está acontecendo ai [no governo]”, diz ele. “É lógico que algumas piadas que surgem ultimamente na política são piadas de mau gosto e a gente acaba fazendo piada com tudo, como sempre fiz. Eu fazia piada com o Lula e com a Dilma, assim como faço com o Bolsonaro”.
Porém, para Porchat essas piadas representam preocupações: “A gente passa por um momento político turbulento. O país está dividido e temos um governo ideológico no poder que acredita que tudo o que é contra eles é de esquerda ou comunista. Também cria notícias, vai contra dados, não tem muita lógica. Então, temos que estar sempre atentos para impedir que coisas como a democracia seja ameaçada”.
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Falando em divisão por causa de política, o apresentador é questionado se coleciona inimigos ideológicos. “Olha, não tenho nenhum inimigo. Me dou bem com todo mundo. No Porta [dos Fundos] temos gente de esquerda e de direita. Então, por enquanto ainda não fiz inimizade nenhuma”, finaliza.