Com a trágica morte de Ricardo Boechat na última segunda-feira (11), a Band escalou o então substituto do âncora, Fábio Pannunzio, para ficar à frente do " Jornal da Band ", programa carro-chefe da emissora, junto de Lana Canepa.
A missão de ocupar a cadeira de Ricardo Boechat daqui para frente é um fator de peso. No entanto, Fábio Pannunzio também tem uma longa trajetória na profissão, o que provavelmente foi um dos fatores primordiais na decisão da emissora.
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A trajetória no jornalismo e premiações
Formado em Comunicação social pela Faculdade Cásper Líbero, de São Paulo, e mestrando em Comunicação pela Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, o jornalista nascido no dia 18 de junho de 1961, em Uberlândia, Minas Gerais, iniciou a carreira em 1981, na Rádio Jovem Pan e somente em 1984 começou a trabalhar na televisão com reportagens investigativas.
Nome importante no jornalismo investigativo, aos 57 anos de idade ele é autor de várias reportagens da categoria. Um dos seus maiores destaques na área é a cobertura da fuga do empresário PC Farias no Cone Sul, do esquema de fraude da Previdência Social nos anos 1990. Outro momento marcante da carreira do jornalista foi a cobertura da atuação da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que o inspirou em escrever o livro “A Última Trincheira”, publicado pela editora Record do Rio de Janeiro em 2001.
Em 2016 ele foi agraciado com o troféu Synapsis, concedido pela Federação Brasileira de Hospitais, pela série de reportagens "Corredores da Vida e da Morte", produzida por ele e colegas de trabalho. Em 2017, ganhou o Prêmio Íris América, concedido pela Academia de Televisão da Espanha ao melhor trabalho de investigação ibero-americano
Além de substituir Boechat em vida, quando o âncora estava de férias ou folga, Fábio também é apresentador do “Jornal da Noite”. Na rádio da emissora sua voz pode ser ouvida diariamente no “Bastidores do Poder”. Ele também é apresentador do programa dominical Canal Livre. Além disso, ele edita o “Blog do Pannunzio”, que tem como foco a política.
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Com mais de 35 anos de carreira e dedicação na área, o currículo do comunicador também é marcado de reconhecimento. Em 2012, pela Band, ele recebeu o Esso - prêmio mais importante entre os profissionais de jornalismo - pela série “Desaparecidos”. Em 2014 recebeu novamente a premiação com a série “O Avanço da Maconha”, ambas exibidas no “Jornal da Band”.
Polêmicas de Fábio Pannunzio
A trajetória de Pannunzio não dispensa polêmicas. Recentemente ele causou rebuliço ao dizer que era preciso duvidar do alto número de mulheres que estavam denunciando o medium João de Deus de assédio sexual. Na ocasião ele foi criticado pela também jornalista Leilane Neubarth, da Globo News.
A crítica da profissional não o agradou e ele fez questão de rebate-la publicamente no Twitter. “Minha cara Leilane, eu sou daqueles que ainda acham que antes de publicar, é melhor se informar sobre o que você está falando. Lembre-se do Art. 14 do nosso Código de Ética. Se tivesse ligado para mim, como manda a boa norma, teria poupado seu público de tantas asneiras”, dissertou na rede social.
Em 2016, após a final do “MasterChef Profissionais”, ele foi apontado como machista e repercutiu nas rede sociais ao falar sobre a vitória de Dayse Paparoto. Na ocasião o jornalista fez declarações como: “Ela provou que lugar de mulher é na cozinha" e “Quem manda na cozinha é a mulher, mesmo”.
Sobrevivente
Em 2016, após entrar no táxi, o jornalista foi abordado por três assaltantes e quase perdeu a vida. Na ocasião o taxista tentou jogar o carro em cima dos criminosos e um deles atirou. A bala passou de raspão pela cabeça de Fábio, que por pouco não se tornou mais uma vítima fatal em São Paulo. Na época Pannunzio mostrou sua indignação via redes sociais.
" A bala atravessou o para-brisa e passou entre os meus cabelos. Foi por bem pouco mesmo. Compartilho essa experiência aterradora aqui para tentar criar um elemento de pressão que convença o governo do estado a fazer o que tem que ser feito: patrulhamento preventivo nas áreas de risco. Sem isso, a desgraça é apenas uma questão de tempo. Não tivesse tido tanta sorte, eu agora seria mais um caso a engrossar as estatísticas da secretaria de segurança", escreveu o jornalista no Facebook.
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Vida pessoal
Além do jornalismo, Fábio Pannunzio também vive uma paixão intensa com as aeronaves e é piloto privado de aviões, tendo completado sua formação no Aeroclube de São Paulo em 2012. Pouco ativo nas redes sociais, ele é discreto e mostra poucos detalhes de sua vida pessoal, mas deixa em ênfase o carinho pelos filhos, a neta Manuella, a namorada Daniella e a cachorrinha Bolíula.