A jornalista e ex-apresentadora da TV americana NBC Megyn Kelly foi demitida em outubro após comentários considerados racistas sobre blackface (atores que pintavam o rosto com carvão para representar personagens afro-americanos. No entanto, a quebra de contrato com a profissional, que também foi repórter na Fox News e ainda tinha mais três anos pela frente na NBC , rendeu a mesma uma indenização milionária e deverá receber cerca de US$ 30 milhões (cerca de R$ 94 milhões) - causando nova polêmica em cima do caso.
Na ocasião, Megyn Kelly , em seu programa na TV americana "Megyn Kelly Today", disse que não compreendia porque o uso da blackface era considerado racista nos Estados Unidos. As falas da apresentadoras foram consideradas racistas e seu programa foi retirado do ar no dia 24 de outubro e sua demissão foi confirmada após quase dois anos de casa.
“Mas o que é racismo? Porque, na verdade, você se mete em encrencas se você é uma pessoa branca que coloca uma cara preta no Halloween ou uma pessoa negra que coloca um rosto branco no Halloween. Quando eu era criança, tudo bem, desde que você se vestisse como um personagem", disse a apresentadora.
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Megyn Kelly pede desculpas, mas receberá indenização milionária
Um trecho do pedido de desculpas de Megyn foi divulgado durante uma reportagem da também emissora CNN. "Eu percebo agora que tal comportamento é de fato errado, e me desculpe. A história do blackface em nossa cultura é abominável; as feridas são muito profundas. Eu nunca fui um tipo de "PC", mas entendo que precisamos ser mais sensíveis nos dias de hoje", disse a jornalista de 48 anos após ser demitida.
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Na ocasião, o jornalista Don Lemon comentou sobre a fala da apresentora na TV americana, criticando a sua postura e pensamento sobre diversidade. "Quanto tempo você tem, Chris?" Lemon disse quando perguntado sobre sua opinião sobre a controvérsia. “Fazemos isso todos os dias, às vezes você diz coisas estúpidas quando está vivo, mas vou ser sincero. Megyn Kelly tem 47 anos - ela é da nossa idade. Nunca houve um tempo em seus 47 anos que o blackface tenha sido aceitável", falou o âncora.
“Havia todas as pessoas brancas nesse painel (falando sobre as pessoas que estavam discutindo sobre o tema no programa de Megyn Kelly na NBC ). Não havia afro-americanos, nem pessoas de cor para dizer: "Ei, Megyn, não é legal", continuou Lemon.
“Eu me pergunto quanta diversidade ela tem em sua equipe. Eu não sei, eu não estou lá, mas imagino que não há muita coisa porque as pessoas a teriam informado. Isso é o que as pessoas da cultura maior não entendem sobre racismo e privilégio. Eu não conheço muitos negros que estão tentando ser brancos para o Halloween ou se vestindo como pessoas brancas, mas eu conheço muitas pessoas que fazem isso para os negros", critiou o comunicador sobre a fala da apresentadora na NBC .
No Brasil, casos parecidos com o de Megyn Kelly também causaram polêmica. Um dos mais conhecidos foi o do jornalista William Waack, da Rede Globo, que foi afastado da emissora em 2017 após ser acusado de racismo depois de um vídeo seu nos bastidores do "Jornal da Globo" cair na internet.
Nas imagens, o jornalista se prepara para entrar em um link direto da Casa Branca, nos EUA, acompanhado de um convidado. Enquanto espera, ele ouve uma buzina do lado de fora do estúdio. Sem papas na língua ele comenta: “Tá buzinando por que seu m... do c...”. Ainda fora do ar e sem saber que era gravado, Waack continua: “Eu não vou nem falar de quem, eu sei quem é né?”, comenta, se dirigindo ao convidado e sussurra palavras que soam como “é preto”. Ele ainda repete a informação, fazendo com que ambos riam e completa: “é coisa de preto, com certeza”, antes de o vídeo ser cortado.
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No entanto, diferentemente do caso da jornalista da TV americana Megyn Kelly , o jornalista e a emissora, de acordo com comunicado de Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo, encerraram o ontrato de prestação de serviços que mantinham de forma consensual. O valor recebido pelo jornalista pela rescisão não foi revelado, mas foi acordado uam quarentena na TV para o jornalista de dois anos.