É hora de dar tchau para “Segundo Sol”, que acaba nessa sexta-feira (09). Depois de seis meses no ar, a novela de João Emanuel Carneiro se despede da Bahia e do público com opiniões mistas. Inconstante, a trama teve altos e baixos e não conseguiu ficar à altura de outros sucessos do autor.
Mas, nem tudo foi ruim no folhetim e, além de atuações memoráveis como de Deborah Secco, Letícia Colin e a estreante Kelzy Ecard, algumas tramas da novela valeram a pena. Por isso, selecionamos o que vamos e o que não vamos sentir saudade em “ Segundo Sol ”:
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Beto e Luzia? Não
O casal de protagonistas não teve nenhuma química e não agradou. Beto (Emilio Dantas) perdeu totalmente o protagonismo e virou um homem ingênuo que anda de um lado para outro sendo enganado por todos. O lengalenga de Luzia (Giovanna Antonelli) com os filhos também foi cansativa e sua trama girou em círculos a novela toda. Ninguém se improtou muito com ambos e com certeza não deixarão saudades.
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Karola e Remy? Sim
Obras abertas tendem a ter reviravoltas, e a mais sem sentido de “Segundo Sol” (foram tantas) é o fato de que o casal de amantes Remy (Vladimir Brichta) e Karola (Deborah Secco) são na verdade tio e sobrinha. Não havia necessidade nenhuma para isso. A trama não mudou em nada colocando Remy como irmão de Laureta (Adriana Esteves), e só fez a relação dos dois ser esquisita.
O que é péssimo pois o casal é disparado o melhor da novela. Brichta e Secco acertaram o tom na maldade e, ao contrário dos protagonistas, tinham química de sobra. Apesar de ter combinado umas 30 mil vezes de fugirem juntos ao longo da trama, no final, um defendeu e defende o outro.
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Valentin e Rosa? Não
Valentim (Danilo Mesquita) é um jovem talentoso, criado com esmero pela mamãe Karola. Cheio de privilégios, ele parece a um mundo de distância de Rosa (Letícia Colin), prostituta de luxo. Em uma outra história eles até poderiam fazer sentido, mas com Ícaro (Chay Suede) no meio fica difícil.
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Rosa e Ícaro? Sim
O que leva a outro casal que ficará na memória. Rosa e Ícaro dividiam a vida de prostituição que, honestamente parecia bem mais simples considerando as loucuras que aconteceriam adiante. Também com ótima química, a dupla mostrou sintonia fina com diálogos bem amarrados e uma relação divertida de acompanhar.
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Família Falcão? Não
O núcleo familiar é algo tradicional nas novelas, principalmente suburbana, onde comumente se torna a parte humorística da trama. A tentativa ocorreu com Clóvis, papel do ótimo Luis Lobianco, que é completamente alheio a todas as desgraças dos familiares. Mas ele não se encaixou aos dramas dos parentes, além de sofrer com as muitas invenções de Gorete (Thalita Carauta).
O plot Naná-Dodô-Nestor também não convenceu, assim como Ionan (Armando Babaioff) e sua relação conturbada com Doralice (Roberta Rodrigues) e amor repentino por Maura (Nanda Costa).
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Família Atahyde? Sim
Assim como a maioria das tramas, as envolvendo a família Athayde também teve seus altos e baixos, e alguns personagens, como Edgar (Caco Ciocler) não renderam tanto quanto poderiam. Mesmo assim, eles era vítimas das maldades de Rochelle (Giovanna Lancellotti) e viram Zefa (Caludia Di Moura) evoluir de empregada submissa para dona da p*rra toda.
Maria Luisa Mendonça deixou a desejar, mais por falta de espaço que de talento, claro, e nos poucos momentos que teve para brilhar, mostrou uma mulher fragilizada e insegura que começa a se empoderar.
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Roberval vilão? Não
Dos personagens que mais flutuaram na trama, talvez o mais inconsistente tenha sido Roberval (Fabrício Boliveira). Primeiro grande papel de Boliveira em novelas, a sinopse indicava um homem que é humilhado ao descobrir que vive de empregado na casa onde vive seu pai que o rejeita. Ele vai embora e promete voltar em busca de vingança. No melhor estilo Nina de “Avenida Brasil”, ele aparece anos depois riquíssimo e decide colocar Severo (Odilon Wagner) atrás das grades.
O problema é que ele escolhe a mesquinhez como ferramenta. Quer ver o pai humilhado também, e por tabela todos da família. No começo, sua aura de vilão é tão forte que nem a mãe quer morar em sua mansão, e prefere continuar como emprega na casa dos Athayde. Roberval foi muito mal escrito e suas vilanias foram seu ponto baixo. A pior parte, porém, foi a humilhação a Cacau (Fabíula Nascimento) que se tornou uma vítima de sua necessidade de autoafirmação.
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Roberval bonzinho? Sim
Esse senso de justiça do personagem deveria jogar a seu favor. Com dinheiro e influência, ele deveria usar as ferramentas que tem para fazer justiça da maneira correta, colocando Severo na cadeia e seguindo com sua vida. Quando ele parte para o diálogo, seu personagem cresce muito e perde a aura de vilão. Roberval é o cara por quem você quer torcer, mas quando ele faz as piores escolhas, fica difícil. Ele deveria ter sido bom a trama toda.
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“Segundo Sol” teve tramas que não acrescentaram a narrativa, como o vício de Manu (Luisa Arraes) em drogas, que só durou até ela voltar a se relacionar com a mãe. Mas, no geral, é digna da lembrança dos expectadores.