Fazer um reality show muitas vezes pode ser arriscado, mas algumas emissoras não hesitam em aceitar propostas para a televisão que são pra lá de bizarras acreditando que esses programas possam cair na graça do povo. Entretanto, nem sempre essas ideias “inovadoras” fazem sucesso. Confinar 100 pessoas dentro de uma casa projetada para apenas quatro, por exemplo, foi o projeto que a Record abraçou em junho deste ano, mas parece que não está trazendo bons resultados como se esperava.
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Ainda que tenha sido denunciado ao Ministério Público e Direitos Humanos logo na sua estreia, o reality show “A Casa” ainda passa nas televisões brasileiras, mostrando os concorrentes restantes e as suas dificuldades de permanecer no programa. O prêmio, que tinha o valor inicial de 1 milhão de reais, hoje está na casa dos 300 mil e, segundo a emissora, o valor pode aumentar conforme os participantes vão vencendo as provas ou diminuir, caso eles necessitem aumentar os gastos para os mantimentos dentro da casa. A ideia mirabolante até que atraiu uma parcela de pessoas na sua estreia, em que a audiência marcou 8 pontos. Entretanto, atualmente o índice oscila próximo dos 5 pontos, mostrando que talvez a ideia tenha ido por água abaixo.
Apesar de ninguém lembrar que o programa apresentado por Marcos Mion ainda passa na televisão, essa não é a primeira vez que um reality show cai no esquecimento. Relembre outros cinco casos:
"Amazônia"
“A Casa” não é a primeira vez que a Record se envolve em polêmicas com um novo formato de reality show na televisão brasileira. “Amazônia” foi exibido entre janeiro e março de 2012 na emissora e tinha como intuito unir entretenimento e sustentabilidade, com a ideia de levar alguns participantes para a floresta e realizar uma série de provas em lugares inóspitos. Eram duas equipes de seis integrantes disputando um prêmio de 1 milhão de reais que seria dividido com alguma organização não governamental da região. A polêmica se deu por conta de um possível favoritismo na escolha do vencedor, que era sócio de um dos viabilizadores das gravações na floresta. Um dos participantes que se sentiu prejudicado por conta disso chegou a entrar na Justiça contra o programa. Com 12 episódios, “Amazônia” era exibido na madrugada de domingo para segunda e a emissora acabou não demonstrando interesse em produzir uma segunda temporada.
"O Jogo"
Da Rede Globo, “O Jogo” foi um reality show que também tinha um pouco de ficção e suspense. Foi ao ar entre maio e julho de 2003, comandado por Zeca Camargo. Tudo começava com um suposto assassinato de um empresário, diretor de uma escola, que também era candidato a prefeito da cidade. O grupo que entrava no jogo tinha como intuito descobrir quem era o assassino do empresário. A brincadeira até chamou atenção no começo, mas não o suficiente para se manter na televisão. Ele ainda conquistou dois prêmios no Troféu Santa Clara, uma premiação simbólica criada pela Folha de S.Paulo para indicar o pior da televisão aberta brasileira, o de Reality Show e O Fiasco do Ano.
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"Jogo Duro"
“Jogo Duro” foi ao ar entre junho e julho de 2009, completando um pouco mais de um mês nas telinhas. Exibido na Rede Globo aos domingos à noite e apresentado por Paulo Vilhena, a premissa era de que a cada domingo, oito jogadores passariam por quatro provas repletas de surpresas, obstáculos e até mesmo animais perigosos como cobras ou aranhas. No meio desses percursos, os jogadores encontravam notas de dinheiro que poderiam chegar até 30 mil reais e o vencedor era conhecido ao final de cada episódio. A primeira vez que o programa foi ao ar marcou 20 pontos de audiência, aumentando o índice médio da emissora neste horário. Mas ao decorrer do programa os pontos foram caindo e a baixa audiência se repetiu, chegando a perder para outros programas como “A Fazenda”, da Record. O reality show também recebeu diversas críticas, pois logo no primeiro episódio os jogadores ficaram confinados em uma pequena cela com diversos animais, como sapos, que poderiam ser pisoteados facilmente pelos participantes. A situação chamou atenção por infringir a Declaração Universal dos Direitos dos Animais e muitas pessoas se revoltaram com as condições do programa. Depois de oito episódios, o programa acabou.
"A casa da Ana Hickmann"
De agosto a outubro de 2011, a Record lançou o reality show “A Casa da Ana Hickmann”, exibido dentro do programa “Tudo é Possível”. A ideia era encontrar a próxima repórter para ocupar o lugar de Dani Souza no programa. O jogo se passava na mansão da apresentadora em Itu, no interior de São Paulo, onde dez mulheres ficaram confinadas. Com sete episódios, cada participante tinha que participar de uma prova diferente e a partir de seu desempenho acabavam sendo eliminadas. A comissária de voô Jociane Koch acabou levendo o prêmio. Por mais que tenham encontrado uma substituta para a vaga que ficou em aberto no programa, o reality show nunca foi relembrado na televisão brasileira.
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"Who’s Your Daddy?"
Não é só no Brasil que surgem ideias mirabolantes para realizar um reality show. O programa da FOX “Who’s Your Daddy” surgiu em janeiro de 2005 – em um único episódio que foi ao ar! O programa foi alvo de muitas controversas e recebeu diversas classificações baixas antes mesmo de sair do ar. O reality consistia em questionar a uma jovem adulta que foi adotada na infância quem era o seu pai biológico. A pessoa seria colocada em uma sala com 25 homens, incluindo o seu genitor, e a adotada teria que descobrir quem era o verdadeiro pai. Se escolhesse certo, ganharia $ 100 mil, caso sua escolha fosse errada, o prêmio iria para a pessoa escolhida erroneamente. A FOX acabou cancelando a série mais tarde, que tinha a ideia de ter seis episódios para uma possível primeira temporada.