Quase 6 horas da tarde. Marinara Costa é a mulher do momento. Após o estrondoso sucesso como musa do cantor Fausto Fawcett e estrela da capa de Playboy , louraça belzebu está na redação sendo produzida para o seu segundo ensaio, atendendo a insistentes pedidos dos leitores.
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Enquanto isso, o fotógrafo e seus assistentes já estão na rua preparando o cenário "inusitado", dessa vez na Avenida Luis Carlos Berrini, no Brooklin, próximo à redação da Playboy . Marinara está ainda mais bela, sob os cuidados do maquiador, pronta para brilhar. Ela vai estrelar uma matéria na edição especial de aniversário ao lado da também estonteante Núbia Oliver, ambas, nuas nas ruas de São Paulo.
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O carro da Editora chega. Seguimos... Sou escalado para ficar em uma movimentada esquina do bairro, próxima a uma delegacia. Ela desce vestindo uma jaqueta jeans e uma microsaia preta, já chamando atenção. Tudo tem que acontecer muito rápido para não causar tumulto na floricultura, local escolhido para as fotos, no meio de uma praça. As luzes se ascendem, o fotógrafo se posiciona... Aquele cenário também começa a chamar atenção.
Alguém da equipe faz sinal para eu ficar atento à polícia. Mas, com a Marinara ali, era quase impossível... Era um olho na polícia e o outro nela. No local, não muito distante, sou abordado por duas senhoras que descem de um ônibus, agarradas a uma Bíblia Sagrada. “A Paz, irmão. O que vai acontecer ali?”, pergunta uma delas, com os olhos arregalados, piscando por trás das lentes grossas dos óculos. Para não escandalizar, não titubeei: “Ali? Onde?! Ah... Gravação de um comercial de sabonete, mas acho que vai demorar para começar”.
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Uma delas se empolga: “Nunca vi a gravação de um comercial de televisão: como o culto hoje acabou mais cedo, vamos esperar um pouco!”. Meu Deus... Enquanto isso resolvem me evangelizar lendo versículos da Bíblia. JESUS... Eis que surge a bela Marinara, a mais velha das senhoras evangélicas olha com atenção, pisca os olhos mais uma vez, com uma certa desconfiança, dispara...“Hummm... É pomba-gira! Hummm... Comercial, é? Acho que a modelo exagerou na roupa. Se é que podemos chamar aquilo de roupa...”. A outra parece se identificar com a cena que assiste, se libera: "Calma, irmã! A moça é bonita. No 'mundão' elas se vestem assim. Ela é aquela da novela?". A outra mulher se revolta: "Você assiste novela, irmã?". Sem perder tempo, a mulher tenta disfarçar: "Mas será que ela vai ficar nua e tomar banho ali?". A resposta veio na sequência: o fotógrafo inicia o trabalho e a modelo vai se despindo.
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"Que mulherão, hein?", dispara um executivo que também parou para assistir o ensaio. Curiosos vão parando carros, gente se aglomerando nas esquinas e eu ali, preocupado com as "irmãs" e com a polícia. De repente, uma multidão... “Isso, linda! Vamos lá, abre essa jaqueta e mostra os seios!”. As mulheres se olham, arregalam os olhos e abrem a Bíblia, Marinara abre a jaqueta e exibe um belo par de seios. “Misericórdia! Que pouca vergonha!”, grita uma delas, puxando a outra, assustada: “Isso é obra do inimigo: vai de ré, satanás. Vamos chamar a polícia...Alguém chame a polícia!” Uma seguiu repreendendo a cena, a outra, parecia excitada com a situação. "Tá amarrado em Nome de Jesus! Vamos esperar, irmã...".
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Graças à Deus deu tudo certo. Eu corro para avisar, o fotógrafo acelera nos cliques e a louraça se apressa em se despir e fazer caras e bocas... Jesus, foi por pouco. As mulheres apenas ameaçaram chamar a polícia. Minutos depois Marinara, eu e a equipe dávamos risadas voltando para a redação. "Deu tudo certo, graças a Deus!", brincou o maquiador.
Caso de polícia
Com a modelo paranaense Dulce Neves foi tudo bem diferente... Bastou ela tirar a roupa para ser levada para delegacia. Modelo e equipe, quase algemados por atentado ao pudor. Essa história cheia de suspense, foi tensa, mas rendeu boas risadas depois, na redação.
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Dulce Neves, apresentada por Playboy como uma "deusa de seios maravilhosos” estava pronta para estrelar o seu terceiro nu para revista. Agora ela viria como uma cigana em um ensaio sensualíssimo. A produção segue para São Roque, no interior de São Paulo, onde um senhor muito simpático e solícito emprestou a fazenda para as fotos. Nua, já no local, Dulce posa ao lado de um modelo chamado Zeca que também protagoniza o ensaio. De repente, tumulto, confusão e muita gritaria... Eis que chega a sobrinha do dono da fazenda. Olha a modelo de cima à baixo, faz o sinal da cruz e dispara: "Vagabunda!". A mulher parecia possuída. Pede para todo mundo se vestir e parar a “pouca vergonha”.
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Ela gritava que tinha uma pequena parte na propriedade e estava brigando com o tio pela divisão das terras. “Já chamei a polícia!”. O resultado? A trupe seguiu dignamente – e vestida! – para a delegacia mais próxima, mas foi dispensada horas depois. Dulce fez sucesso na delegacia, todo mundo queria dar uma espiadinha na "Garota da Playboy". Ah... Sobre o tal ensaio? Ainda bem que a mulher só apareceu no finalzinho das fotos... "Situações como essas acontecem”, brincou o delegado, de olho na bela cigana. "Nem tudo a gente consegue prever, né?"
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