O "Big Brother Brasil" está chegando na metade e cada vez mais os brothers conversam sobre o jogo e suas estratégias para sobreviver nele. Em um desses diálogos, na última segunda-feira (14), Arthur Aguiar disse para Linn da Quabrada que jogava sozinho e que isso era perigoso até certo ponto.
Para fundamentar seu argumento, Arthur usou o significado do nome do programa: "um grande irmão, um cara muito bacana com todos", citando exceções como Juliette e Marcelo Dourado, que acabaram vencendo mesmo sem terem muitos amigos na casa. O que ele não sabe, porém, é que essa é apenas uma definição literal e não o significado real do termo "Big Brother".
Antes de Arthur, Tiago Abravanel já tinha usado o conceito de "Big Brother" de forma semelhante a do amigo: "É um jogo de relacionamento. E não é à toa que o programa chama 'Big brother', quem você escolhe para ser o grande irmão? Quem é esse cara que erra, acerta, se machuca, chora, vive?", questionou o ex-BBB. Mas afinal, de onde vem a verdadeira referência da expressão "Big Brother"?
Diferente da ideia positiva que os brothers criaram do nome do programa, o termo é, na verdade, uma crítica e baseado no livro "1984" do inglês George Orwell. A distopia futurista, lançada em 1949, fazia uma metáfora e questionava os regimes totalitaristas.
No livro, que se passa em 1984, o "grande irmão" é uma figura soberana, que vigia, filma e controla a vida de todo mundo. Elementos que facilmente podem se relacionar com a sociedade moderna.
Com as redes sociais, o avanço das tecnologias de informação e, consequentemente, compartilhamento constante de dados pessoais, as grandes instituições de poder exercem uma vigilância sobre os indivíduos e tem poder de controle das informações — com a ajuda dos misteriosos algoritmos ou com a criação de fake news.
A obra
Apesar de ter mais de 70 anos, o livro é cada vez mais buscado no Brasil. Orwell é único autor do século passado entre os best sellers no país.
Em 2017, "1984" liderou as listas de mais vendidos nos Estado Unidos após declarações de Donald Trump. No mesmo ano, a Amazon classificou o livro como o 1º lugar em uma lista de títulos para ler antes de morrer. A obra também atingiu pico de vendas em 2013, após Edward Snowden revelar casos de espionagem de cidadãos americanos pelo governo.