Caso de Elisa Lam é conhecido como um dos desaparecimentos mais macabros da história
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Caso de Elisa Lam é conhecido como um dos desaparecimentos mais macabros da história


Se você é aficcionado por crimes bizarros e assustadores, então muito provavelmente já esbarrou no desaparecimento de Elisa Lam. O caso, que é tema da nova série da Netflix , ‘Cena do Crime: Mistério e Morte no Hotel Cecil’, lançada no último dia 10, é sobre uma adolescente canadense de 21 anos que, em janeiro de 2013, desapareceu em um hotel em Los Angeles, nos Estados Unidos, conhecido por seu histórico macabro.

O caso Elisa Lam ficou mais famoso devido a um vídeo divulgado que exibe seus últimos momentos com vida, em que age estranho no elevador de um hotel. Desde então, bloggers e YouTubers começaram a fazer vídeos analisando o comportamento da moça e ligando-o a um assassinato e até mesmo a casos sobrenaturais, já que o Hotel Cecil já foi palco de rituais, suicídios,  assassinatos e até morada de serial killers ao longo dos anos.


A polícia chegou à uma conclusão sobre o caso, mas até hoje muitas pessoas acreditam que a investigação teve falhas e perguntas não respondidas, que levariam até um suposto crime ou até a uma história de espíritos.

Além de relembrar o caso, a minissérie de 4 episódios dirigida por Joe Berlinger e produzida por Ron Howard, traz os bastidores da investigação e reconstrói o crime a partir do ponto de vista da própria Elisa Lam. A série ainda traz detetives do caso, a ex-gerente do Hotel Cecil, historiadores, jornalistas e os chamados “detetives de internet” para analisar um dos crimes mais misteriosos da história.


Relembre o desaparecimento de Elisa Lam

Em janeiro de 2013, Elisa Lam, uma estudante universitária e filha de imigrantes de Hong Kong, decidiu que queria viajar sozinha. Ela planejou um itinerário pela Costa Oeste dos Estados Unidos e, ao chegar em Los Angeles, se hospedou na região central da cidade.

Na estrada desde o dia 22, a estudante manteve contato com a família todos os dias e era muito ativa em seu blog no Tumblr, que tratava como se fosse um diário. No entanto, ela parou de dar notícias à família no dia 28, o que fez com que seu desaparecimento fosse reportado às autoridades. Por uma semana, os investigadores não encontraram pistas consideradas relevantes.

Após horas assistindo às gravações das câmeras de segurança do hotel, eles encontraram o tal vídeo do elevador. Nele, Elisa Lam parece desorientada, aperta todos os botões, faz movimentos estranhos com os braços e age como se estivesse sendo perseguida pelos corredores. Na época, o Hotel Cecil não tinha câmera em todos os andares e, por isso, não foi possível refazer os passos de Elisa Lam naquele momento.


A polícia notou que, em nenhum momento, as câmeras captaram Elisa saindo do hotel, o que indicaria que ela ainda estava lá dentro. Sem pistas, os detetives decidiram divulgar o vídeo à imprensa e à população civil na esperança de que alguém pudesse reconhecê-la ou perceber algum detalhe que pudesse ajudar no avanço da investigação.

Comportamento estranho

A gerência do hotel afirmou que Elisa estava há dias agindo de maneira estranha. Originalmente, ela estava hospedada em um quarto compartilhado com outras três meninas, mas foi transferida para um quarto individual após deixar diversos bilhetes pedindo para que elas fossem embora. Por conta desses sinais e da maneira como age no vídeo, os investigadores consideraram que ela poderia estar sob uso de alguma droga alucinógena, como LSD.

No entanto, ao lerem o blog de Elisa Lam no Tumblr, os investigadores descobriram que ela não fazia uso de drogas e não ingeria álcool. No entanto, a estudante usava remédios controlados para seu caso de depressão e bipolaridade. Tanto a polícia como pessoas que estavam investigando por conta própria contavam com a hipótese de que Elisa teria sido drogada por outra pessoa, devido a região em que o hotel estava localizado

Descoberta do corpo de Elisa Lam

Sem pistas sobre o corpo, a vida seguiu normalmente no Hotel Cecil. Até que turistas e residentes do hotel começaram a reclamar que a pressão da água nos quartos estava fraca. Além disso, a cor do líquido estava amarronzada, às vezes preta, e com um gosto ruim.

O profissional de manutenção do hotel foi ao terraço verificar se havia algo impedindo que a água descesse corretamente pelo encanamento. Em um dos quatro tanques, o empregado encontrou o corpo nu de Elisa Lam flutuando de barriga para cima.

Possível assassino

Richard Ramirez com pentagrama na mão
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História do Hotel Cecil é conhecida por assassinatos, suicídios e por ser abrigo de seria killers; um deles foi Richard Ramirez (foto), que matava pessoas em suas casas

Na época, a internet chegou a encontrar vídeos de um homem que estava hospedado no Hotel Cecil supostamente no mesmo período que Elisa Lam. Trata-se de um cantor de black metal chamado Morbid, cujo nome real é Pablo Vergara, que escrevia canções sobre morte e violência.

Além disso, Morbid postava fotos com maquiagens pesadas e com poses macabras. Em uma delas, ele é visto cuspindo sangue em uma banheira e, em outra, estava com um pôster do serial killer  Ted Bundy na parede.

No documentário, o cantor afirma ter recebido diversas mensagens de ódio, que o acusavam de ter matado Elisa Lam. Morbid chegou a ser interrogado pelo serviço de inteligência do México, seu país de origem. Seus perfis no YouTube, Facebook e até seu e-mail foram deletados devido às associações. Posteriormente, seu envolvimento com o desaparecimento de Elisa Lam foi descartado.

Verdadeiro motivo da morte de Elisa Lam

Depois de encontrar o corpo, as autoridades consideravam diversos cenários que poderiam ter levado à morte da estudante, desde agressão física até violência sexual. No entanto, os resultados da autópsia foram negativos, já que ela não apresentava ferimentos, machucados ou material biológico de terceiros no seu corpo.

A equipe de legistas também encaminhou um teste toxicológico da estudante, cujo resultado levou quatro meses para ser revelado. O resultado deu negativo para substâncias ilícitas ou lícitas, mas foi observado que a quantidade de substâncias dos medicamentos para bipolaridade na corrente sanguínea de Elisa Lam era menor, o que sugeriu que a estudante não estava se medicando.

A falta dos medicamentos indicam que Elisa Lam estava tendo um surto psicótico derivado de seu quadro de bipolaridade e depressão, o que explica seus comportamentos estranhos. A família afirma que o comportamento paranóico já havia acontecido antes e, nesses episódios, Elisa achava que estava sendo perseguida. A polícia entendeu que se tratava de uma morte acidental, já que Elisa subiu as escadas de incêndio até o terraço do prédio e pulou no tanque d’água sozinha. Ela pode ter se afogado ou tido hipotermia.

Falha de comunicação

Na época em que a conclusão do caso foi divulgada pela Polícia de Los Angeles, todos os “detetives de internet” começaram a rebater que o caso tinha sido acobertado, tanto pela gerência do Hotel Cecil como pela própria instituição. O que sustentava o argumento era de que a polícia afirmou que a portinhola pela qual Elisa se jogou no tanque d’água estava fechada quando, na verdade, estava aberta.

A informação foi trocada em um dos pronunciamentos dados por um dos policiais à imprensa, dizendo que estava fechada. Os internautas afirmaram que era impossível que Elisa pulasse no tanque e fechá-lo ao mesmo tempo, devido à altura. No entanto, o funcionário que encontrou o corpo afirmou desde a primeira versão que a portinhola estava aberta. Isso fez cair por terra as possibilidades de um assassinato.

Inspiração e comoção

Desde a notícia do desaparecimento de Elisa Lam, o caso gerou comoção nacional e foi muito noticiado na mídia, principalmente por pessoas que passavam horas na internet. Para se ter uma ideia, o vídeo do elevador de Elisa Lam é conhecido como um dos primeiros vídeos a viralizar no YouTube e pessoas que decidiram investigar por conta própria passaram horas lendo suas postagens no Tumblr.

Durante o período da investigação, YouTubers chegaram a visitar o Hotel Cecil e repetir o mesmo trajeto que Elisa Lam teria feito antes de morrer para compreender se se tratava de um crime ou não. Ao longo do caminho, essas pessoas passaram a se identificar afetivamente com a estudante, o que gerou até mesmo comunidades nas redes sociais para compartilhar hipóteses sobre seu sumiço.

Hoje, Elisa Lam é vista por seus admiradores como uma inspiração devido a sua personalidade questionadora, introvertida e artística, de acordo com o que é visto em seu Tumblr; além de sua luta contra a depressão e a bipolaridade, que a levaram de encontro ao destino macabro pelo qual é conhecida até hoje.

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