Em junho, mês do orgulho LGBTQ+, estreou na Netflix uma série original que chamou atenção por sua simplicidade – e isso não é algo ruim. “Crônicas de San Francisco” (ou “ Tales of the City ” em inglês) é uma produção que coloca a comunidade queer em evidência a partir de conflitos cotidianos e um mistério. Essa série é uma das provas de que a plataforma de streaming tem trazido cada vez mais diversidade para o seu catálogo.

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Crônicas de San Francisco
Reprodução/Netflix
Em "Crônicas de San Francisco", Mary Ann volta a Barbary Lane, pensão de Anna Madrigal


Crônicas de San Francisco ” é inspirada em uma série de nove livros escritos por Armistead Maupin, cuja primeira edição é de 1974. A produção da Netflix mostra a volta de Mary Ann (Laura Linney) a Barbary Lane, uma pensão em que viveu na adolescência e é comandada por Anna Madrigal (Olympia Dukakis), uma transexual de 90 anos.

A cidade de San Francisco, nos Estados Unidos, é retratada na série como uma região americana em que as pessoas LGBTQ+ podem viver mais distantes dos preconceitos sociais e Barbary Lane é um retrato de uma comunidade onde a sexualidade não é um conflito.

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A orientação sexual e a questão de gênero é tratada com naturalidade – como realmente deveria ser – e o que ganha espaço na série são problemas do dia a dia, como o de Mary Ann, julgada por abandonar a filha para ter uma carreira de sucesso. Além disso, a série ganha um ar misterioso quando Anna passa a ser ameaçada por conta do seu passado.

As relações homossexuais, poliamorosas, sorodiscordantes e entre casais com consideráveis diferenças de idade não são estereotipadas e isso deixa a série leve. Fora isso, “Crônicas de San Francisco” é um ótimo exemplo de que as relações familiares vão muito além do sangue.

Proximidade com o público LGBTQ+

Special, série, Netflix
Divulgação
"Special", da Netflix, conta a história de um jovem gay com paralisia cerebral

“Crônicas de San Francisco” não é a única série com temática LGBTQ+ adicionada recentemente no catálogo da Netflix. Outro bom exemplo de produção nessa linha é “Special”, que conta a história real de um jovem gay com paralisia cerebral, a série foi inspirada no livro de Ryan O'Connell, que foi recentemente lançado no Brasil pela editora Galera Record.

Essa é uma vertente que deve ser cada vez mais explorada pela plataforma de streaming visto que as séries com temática LGBTQ+ têm ganhado cada vez mais popularidade. O reality show “RuPaul's Drag Race” serviu como um termômetro para isso, a princípio foram colocadas poucas temporadas no catálogo, mas atualmente já são 11 – o que traz mais visibilidade para o universo drag.

A Walt Disney Company já se prepara para bater de frente com a Netflix e, em novembro deste ano, lançará a sua própria plataforma de streaming intitulada Disney+. Assim como a principal concorrente, vai apostar em várias produções originais, sendo uma delas um spin-off de “Com Amor, Simon”, filme de 2018 derivado de um livro de Becky Albertalli que conta a história de um jovem gay em busca de um amor.

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Colocar personagens LGBTQ+ em papéis centrais de tramas que envolvem conflitos diários e familiares ou em comédias românticas clichês é um grande avanço quando se fala em representatividade. “ Crônicas de San Francisco ” promete ser só o começo, não só na Netflix, mas nas plataformas de streaming no geral.

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