Uma das mais premiadas e elogiadas comédias da HBO , "Veep" exibiu seu episódio final neste domingo (12) após sete temporadas de muito sucesso de crítica e público.

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Cena do último episódio de Veep
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Cena do último episódio de Veep

Em um episódio acelerado, "Veep" mostrou a resolução das primárias do partido democrata com Selina Mayer ( Julia Louis-Dreyfus ) fazendo o possível e o inimaginável para garantir a nomeação de seu partido e depois avançou seis meses para mostrar um momento de sua nova administração e 24 anos para abordar sua morte - e apresentar uma das piadas mais geniais e sintomáticas da série.

Desde a saída de Armando Iannucci, criador e showrunner da série após a quarta temporada, a produção enfrentou grande instabilidade narrativa. Não que David Mandel não tenha feito um bom trabalho, mas a série  passou a se repetir insistentemente e perdeu muito de seu poder de fogo.

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O hiato de um ano entre a sexta e a sétima temporada, por força do tratamento de Dreyfus contra o câncer, fez bem ao programa. Depois de Iannucci dizer em uma entrevista de 2017 que estava "feliz por ter deixado o controle criativo da série porque não saberia como abordar a América atual", "Veep" retornou para seu último ciclo buscando espelhar o ensandecido noticiário político da América de Trump. 

Cena de Veep
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Julia Louis-Dreyfus em cena da última temporada de Veep

Estão lá a interferência estrangeira nas eleições (troque a Rússia pela China), um candidato chauvinista e ignorante - Jonah Ryan (Timothy Simmons), um dos maiores acertos da série e da temporada - e outras particularidades que quem quer que acompanhe o noticiário consegue identificar.

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Essa metaforização fez bem a série ao lhe aferir respaldo cultural, mas também a descaracterizou um pouco. "Veep" sempre foi uma crônica ácida do jogo político, mas a partir do momento que passa a subscrever o noticiário político é um reconhecimento de seu esgotamento criativo. Todavia, o episódio final resgatou o legado da série e a levou para lugares muito sombrios, reforçando o status quo da produção e sua vocação para traduzir os jogos de poder no século XXI.

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