Lollapalooza propõe experiência bipolar aos frequentadores em 2019
Sétima edição do festival no Brasil teve surpresas, desinformação e confusão provocadas pela chuva. Contudo, evento também teve muita música boa
Por Gabriela Mendonça | , iG São Paulo |
Na noite deste domingo (07) o rapper Kendrick Lamar, pela primeira vez no Brasil, vai encerrar o Lollapalooza 2019. Foram três dias intensos, seja no clima, nos shows ou nas caminhadas de um palco para outro.
Teve quem sofreu com os shows cancelados, teve quem fugiu do trabalho e quem enfrentou longas filas, mas o público do Lollapalooza 2019 superou isso com muita animação.
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A sexta-feira (05) começou com sol quente em São Paulo e nenhum sinal de chuva. Portugal. The Man foi a primeira banda a lotar um palco que mais tarde seria dominado por Sam Smith. O palco Ônix, inclusive, teve alguns dos shows que mais agradaram, como Post Malone, que superou o Kings of Leon no sábado (06) e fez o show mais intenso da noite.
Falha na comunicação
No sábado o dia foi abalado por problemas climáticos. Os fortes ventos e a possibilidade de raios fez com que o festival ficasse cerca de duas horas parado e com os portões fechados.
A falta de comunicação com o público gerou os maiores problemas, e muitas pessoas que estavam no local foram informadas por bombeiros e seguranças para evacuar a área, gerando muitas dúvidas e desinformação. Os presentes não sabiam, por exemplo, que poderiam sair e depois retornar.
Quem estava a caminho quando a chuva começou também sofreu, caso da publicitária Raquel Alves. Ela demorou mais de duas horas para entrar e quase perdeu o show do Lenny Kravitz , que começou assim que ela chegou. “Eu quase chorei”, confessa sobre a experiência. Para Raquel, um festival que já acontece ha tanto tempo aqui deveria ser mais organizado e melhorar a comunicação com o público.
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Presente nos três dias, ela também teve dificuldades na sexta-feira, por ser dia útil. “Tentei chegar o mais cedo possível, mas perdi várias coisas por conta do horário na sexta”, explicou. Presente nos três dias, ela aguarda ansiosa por Kendrick Lamar.
O que deu certo
Apesar da chuva, nem tudo deu errado. Os problemas técnicos foram poucos e, no geral, o festival conseguiu evitar problemas do passado, como as filas do caixa.
É o que avalia o engenheiro de software Luiz Durães. “Houve uma melhora na organização geral, mas destaco a facilidade de comprar bebidas e muitas opções de comida”.
Ele veio apenas no sábado e ficou aguardando com a esposa na estação de trem próxima ao Autódromo até os portões reabrirem. O que ele achou do dia? “Maravilhoso, apesar da chuva”.
Seja por conta do alto valor do ingresso ou pelo desejo de ouvir boa música, os presentes no Lolla tem aproveitado cada segundo, mesmo com chuva e lama.
Line-up diversificado
Tribalistas e Kings of Leon foram alguns dos principais nomes do evento, que esse ano diversificou de vez, do romance ao pop, passando por música eletrônica e até funk.
“Fiquei satisfeita com o line-up, mas não sei se o Kings of Leon precisava ser headliner”, confessou Raquel.
A banda já veio ao Brasil diversas vezes nos últimos anos mesmo estando há três anos sem lançar discos. Para ela o espaço merecia ser dado a Lenny Kravitz , que lançou álbum novo em 2018. De fato, os presentes vibraram mais com Lenny e seu longo show, que ele não teve pressa para encerrar.
O Lollapalooza 2019 teve mais surpresas do que o esperado, mas a boa música superou tudo isso e garantiu, por mais um ano, a alegria do público.