Potência feminina e cancelamentos marcam participação brasileira no Lolla 2019
Festival teve redenção de Liniker e os Caramelows e brasileiros que ficaram sem se apresentar em um Lollapalooza menos político do que o esperado
Por Gabriela Mendonça | , iG São Paulo |
Como já é costume, os artistas brasileiros foram relegados principalmente ao começo da tarde no Lollapalooza 2019 .
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As apresentações nacionais começavam por volta do meio dia, quando o público ainda estava chegando, e embaixo de um sol escaldante nos primeiros dois dias de Lollapalooza .
Ainda assim, quem chegou cedo viu a força da apresentação da Letrux, o bregapop de Duda Beat, o rock do Scalene e a redenção de Liniker e os Caramelows.
“Obrigada a todos vocês que pagaram o ingresso para estar aqui e prestigiar uma banda nacional independente”, falou Letrux no final de seu show no domingo (07).
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Mas ela não foi a única a agradecer quem chegou cedo. Duda Beat comentou diversas vezes ao longo de sua apresentação no sábado (06) sobre a disponibilidade dos fãs chegarem às 12h para sua performance. Ela ficou muito emocionada e driblou problemas técnicos para entregar um show animado e razoavelmente cheio.
“Estava muito ansioso para ver Duda Beat, Liniker e Silva”, contou o cineasta Airo Munhoz. “Acho que os três apresentam uma mistura muito boa de vários estilos diferentes e mostrando que a música brasileira tem sua força e veio pra se posicionar política e musicalmente”, completou.
Você viu?
Ele, porém, não conseguiu ver o Silva e ainda levou três horas para retornar ao evento depois de sair para fugir da chuva.
Falando em problemas técnicos, uma falha impediu Liniker de concluir seu show em 2018, e ela voltou em 2019 com a missão de concluir a apresentação, dessa vez com repertório do novo álbum, “Goela Abaixo”. Conseguiu e entregou uma das performances mais bonitas do evento.
Os Caramelows são impressionantes ao vivo e a banda consegue fazer canções intimistas crescerem, mostrando que eles tem fôlego de sobra para grandes festivais.
Problemas técnicos também permearam o show dos Tribalistas, únicos nacionais entre os nomes principais. Havia muita dúvida sobre se o trio combinaria com o Lolla, e eles mostraram que sim.
A liderança de Marisa Monte deu o tom e o público cantou junto com os três o show inteiro. Esse fato, inclusive, ajudou a abafar os problemas de som, que chegou a ser cortado por segundos em várias faixas.
Eles, porém, conseguiram concluir sua apresentação, o que não aconteceu com Rashid. O rapper estava no começo do seu set quando os fortes ventos e previsão de raios fizeram o show ser cancelado no sábado (06). Já Silva nem chegou a subir ao palco, já que o festival ficou paralisado por cerca de duas horas.
Política
Em geral o festival passou longe de ser político, mas os xingamentos ao atual presidente se fizeram presentes em basicamente todos os shows nacionais. Tanto Duda Beat quanto Liniker deixaram mensagens contra o presidente no telão, enquanto Letrux carregou a placa com o nome da vereadora Marielle Franco, que levantou no fim do show: “para nunca esquecer”, disse.
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Gabriel o Pensador começou seu show no domingo com Matei o Presidente 2 , continuação de uma faixa antiga, atualizada para dar recados a Michel Temer.
Assim como BK no Budweiser, Gabriel teve um dos maiores públicos no horário, mostrando mais uma vez, como se ainda precisasse, que as atrações nacionais merecem a mesma atenção que as gringas no Lollapalooza
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