Depois de um apoteótico e algo surpreendente penúltimo episódio, a nona temporada de "The Walking Dead" chegou ao fim sem grandes acontecimentos. Daryl (Norman Reedus) e Michonne (Danai Gurira) conduzem os sobreviventes do massacre no Reino até Hilltop, onde eles vão se instalar, no meio de uma forte nevasca.
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Se "The Storm" trouxe o mais forte inverno em nove temporadas para "The Walking Dead" , ratificou também que neste ciclo a série reencontrou sua vocação dramática de examinar as contradições e complexidades humanas.
Para este fim, a chegada dos sussurradores e sua líder Alpha, vivida com agudeza e assombro por Samantha Morton ("Minority Report - A Nova Lei") foi providencial. Assim como a interação entre Judith (Cailey Fleming) e Negan (Jeffrey Dean Morgan) e a história de amor proibido entre Henry (Matt Linz) e Lydia (Cassady McClincy).
A primeira metade da temporada se construiu basicamente sobre a premissa da despedida de Rick Grimes (Andrew Lincoln), protagonista da série. Após o hiato, o programa se assentou sobre a necessidade de mostrar como essas comunidades idealizadas por Rick sobreviveriam sem ele.
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Mais do que devolver um propósito dramático para a série, ainda que esbarre em conflitos repetidos aqui e ali, Angela Kang promoveu um reencontro do programa com seu ritmo. A lentidão voltou a ser sinônimo de desenvolvimento de personagem e amadurecimento de conflitos e não mais apenas um subterfúgio protelatório.
O futuro

De todo modo, a falta de um norte prejudica a série . É imprescendível que se saiba para onde ir com esses personagens. O limbo que o AMC jogou a série, tirando um spin-off e mais filmes especiais, além de novas temporadas, compromete o legado dos personagens e a relação dos fãs com o programa.
Experimentando seu pior momento na audiência, "The Walking Dead" ganha uma sobrevida criativa graças ao trabalho engenhoso de Angela Kang que soube vitaminar expectativas e impactá-las quando necessário. Mas seria bom, para ela e para o público , vislumbrar o adeus.