Depois de uma aclamada primeira temporada e muitos problemas nos bastidores durante a produção da segunda – o que acarretou no atraso do lançamento -, “American Gods” está de volta. Cada um dos oito episódios deste segundo ciclo será disponibilizado às segundas-feiras no Amazon Prime Video.
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No primeiro episódio do novo ano vemos que Mr. Wednesday (Ian McShane) finalmente consegue a reunião com todos os deuses antigos para exortar a necessidade de uma guerra contra os novos deuses. A tônica da segunda temporada de “American Gods” será justamente a construção desta guerra, observa or protagonista Ricky Whittle em entrevista exclusiva ao iG Gente realizada durante a CCXP 2018.
“Shadow agora acredita, mas ainda não compreende”, observa o ator. “Ele não necessariamente confia em Mr. Wednesday. Ele é um trapaceiro, assim como Shadow, que é capaz de reconhecer alguém como ele”. O ator observa que veremos muito mais tensão entre os dois no novo ano. “Shadow quer saber a verdade e isso é algo que Mr. Wednesday não está disposto a compartilhar com ele, portanto o veremos busca-la unilateralmente”.
Dr. Dolittle
Whittle ficou surpreso quando a reportagem o indagou logo no começo da entrevista sobre a série “Mistress” (2013-2016), uma comédia a ala “Desperate Housewives” em que ele atuou como coadjuvante. A ideia era estimula-lo a refletir sobre as diferenças com uma produção tão grandiosa como a adaptação da obra de Neil Gaiman.
“Além do elenco gigantesco – o melhor com o qual já trabalhei – há efeitos especiais e toda essa história épica”, raciocina. “Foi a primeira vez que eu atuei com uma tela azul, verde... Sabe, eu estou falando com Búfalos. Nesse novo ano eu falo com corvos, me sinto o doutor Dolittle”, se diverte.
Whittle observa que no novo ano seu personagem está muito mais proativo, o que significa mais demanda física, mental e emocional para ele. “Tive até que me desidratar para rodar algumas cenas e tem outras sem camisa que eu precisava estar forte, então tive que desenvolver uma dieta especial para isso também”.
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Diferenças entre o livro e a série
Na última semana o canal Starz, que exibe a série nos EUA, confirmou a terceira temporada com um novo showrunner (Charles “Chic” Eglee, de “The Shield” e “Dexter”), mostrando que o canal continua acreditando no potencial da série para muitas temporadas. A parceria com a Amazon, que a distribui globalmente, certamente influenciou nessa decisão. Foi a plataforma de streaming que trouxe Whittle para divulgar a nova temporada no Brasil. O ator também acredita que há campo para muitas temporadas.
“A série é um animal diferente do livro. No livro, Mad Sweeney (Pablo Schreiber) só é visto duas vezes e na TV ele aparece muito mais, até desenvolve um relacionamento com Laura (Emily Browning). Acho que jamais saberemos por completo se livro e série seguirão em paralelo. Se você leu o livro vai saber para onde vamos, mas a jornada vai ser diferente”, observa Whittle. “Pode chegar um momento em que o livro acaba e aí estaremos em um terreno completamente novo”.
Perspectivas
O astro é só elogios para Ian McShane , a quem considera “um dos melhores atores da história” e diz que a química que construíram fora das câmeras ajuda na dinâmica entre os personagens no show. “Nós dois torcemos para o Manchester United e gostamos de brincar e rir bastante no set”.
Falando mais sério, Whittle diz que além da tensão entre seu personagem e o de McShane, Laura é outro ponto de interrogação na temporada. “Ela vê Shadow como uma luz em sua vida, mas é por que ela o ama ou por que sabe que ele é especial? Descobriremos neste segundo ano".
O ator diz que haverá um importante flashback que mostrará a infância de Shadow e poderemos entender como a moral do personagem se construiu.
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Sobre o apelo de “American Gods” , o grande épico na TV atualmente além de “Game of Thrones”, Ricky Whittle o credita a não se esquivar de temas importantes e sensíveis, independentemente de serem polêmicos. “No 1º ano abordamos imigração, misoginia, racismo, homofobia e controle de armas e na nova temporada não será diferente. Além de entretenimento, queremos oferecer a audiência reflexão, ainda que para isso seja preciso ser um pouco controverso”.