“American Gods”, adaptação do livro homônimo do autor Neil Gaiman, está sendo o fenômeno do ano no mundo das séries. Com uma história envolvente e um visual único que delicia os olhos, mas, ao mesmo tempo, é perturbador e traduz as nuances da narrativa da luta entre os deuses antigos e os novos deuses. Separamos os dez melhores momentos que já rolaram na série até agora para convencer que está é uma das melhores séries que estão no ar (cuidado a lista, pois ela contém spoilers).
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Encontro entre Wednesday e Shadow
Logo após a saída de Shadow Moon da cadeia sua aventura já começa. Ainda em choque com a notícia de que sua esposa Laura havia morrido, o ex-presidiário tem um encontro um pouco estranho com um senhor enigmático que aparentemente sabe tudo de sua vida. Mesmo receoso e desconfiado, Shadow não tem nada a perder e aceita trabalhar com Wednesday dali em diante. Fica claro o porquê desse momento ser um dos mais emblemáticos de “ American Gods ”, afinal, sem ele não haveria todo o restante da trama.
Linchamento de Shadow
O primeiro episódio já mostra um pouco o que esperar de toda a série: logo depois de selar seu acordo com Wednesday, Shadow é pego por uma emboscada do Techinical Boy. Depois de ser interrogado sobre sua relação com o antigo deus nórdico, Shadow é linchado pelos capangas do novo deus da tecnologia e depois é colocado na forca, mas misteriosamente consegue escapar de seu destino.A cena, apesar de ser impactante, violenta cheia de sangue e com um "que" do filme "Laranja Mecânica", é uma das mais bem construídas visualmente do início da série .
A violência de Czernobog
Em sua busca por recrutar os antigos deuses que há muito habitam a terra para enfrentar os novos deuses, Wednesday e Shadow vão até Chicago procurar ajuda de Czernobog, deus da mitologia eslava que representa o lado negativo das coisas. Para sobreviver, Czernobog trabalha em um matadouro e ganha a vida fazendo o abate do gado, e, mesmo assim, ele acha a função "pouco violenta", pois ao invés do martelo utiliza uma pistola que perfura o crânio dos animais. Shadow, então, aposta sua própria vida em um jogo de damas contra o deus da violência que jura que irá esmagar sua cabeça com seu velho martelo de abate.
Bilquis, deusa da fertilidade
Mesmo que sem muita contextualização com o restante da história até então, as cenas da deusa Bilquis são bastante chocantes e visualmente encantadoras. Como qualquer deusa, Bilquis precisa da energia de seus súditos para sobreviver. Para conseguir tal poder, ela literalmente transforma pessoas em vítimas quando estão fazendo sexo e as engole pela vagina enquanto elas a idolatram e chamam por seu nome, e, assim, a deusa consume seus corpos e energias para manter-se viva.
Anubis e a morte
Um dos momentos que mais marcam a ideia de Neil Gaiman de apresentar diversas culturas lado a lado nos Estados Unidos é a introdução de Anubis na história. O deus egípcio da morte se encontra com uma senhora que acabara de morrer e a leva para outra dimensão. Lá ele arranca o coração da mulher para pesa-lo em uma balança contra uma pena para saber se sua vida foi "leve" o bastante e julgar qual será seu destino por toda a eternidade. Para a audiência majoritariamente ocidental do programa ver uma representação da morte que fuja do tradicional cristão pode ser uma surpresa. E isso também deixa mais do que claro o que esperar dos capítulos seguintes com relação à diversidade das origens dos personagens.
Um Jinn não concede desejos
Meio homem, meio demônio, os Jinns são conhecidos por concederem desejos as pessoas, porém as coisas não são tão simples quanto parecem. Salim é um imigrante do oriente médio recém-chegado aos Estados Unidos e que está tendo dificuldades em se manter, mal conseguindo pagar pela sua estadia no país, mas sua sorte estará prestes a mudar. Nas cenas seguintes a sua apresentação, Salim encontrará um Jinn e os dois sentem uma conexão entre si. Eles, então, irão protagonizar uma das cenas de sexo mais comentadas de “American Gods”: homossexuais, o momento em que os dois se entregam é completamente explícito e com um toque artístico criado pelos diretores. Quando acorda Salim descobre que o Jinn lhe concedeu o que ele mais queria, que era uma forma de se sustentar nos Estados Unidos, mas em troca leva sua identidade.
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Encarnação da mídia
“A tela é o altar”. Essa é uma das frases ditas pela Mídia em seu primeiro encontro com Shadow quando ele está no supermercado. O impacto da cena está, principalmente, no fato de reconhecer a mídia e o entretenimento como uma forma de divindade moderna. Depois do linchamento repentino do primeiro episódio, o contato de Shadow com a deusa foi a primeira vez que ele pôde ver – e reconhecer – a dimensão dos cultos criados pela modernidade e entender um pouco do que é a verdadeira missão que ele irá viver ao lado de Wednesday daqui para frente.
Reunião de deuses
O quinto episódio inteiro poderia ser marcado como um dos grandes momentos da primeira temporada de “American Gods”, mas o foco principal está no diálogo que acontece dentro da delegacia entre Wednesday e Shadow com a tríade dos novos deuses: Technical Boy, Mídia e Mr. World. Essa é a primeira vez que os três estão cara a cara com o ancião nórdico e o encaram. A parte mais genial dessa cena é que apesar de estarem no controle quase que completo da sociedade enquanto os outros deuses antigos vivem de migalhas e lutam para sobreviver, os novos deuses reconhecem e respeitam sua autoridade e sabem quando devem se curvar perante eles. Sem ameaças ou ânimos exaltados, os três ainda deixam Shadow e Wednesday fugir da cadeia depois de sua conversa sobre o futuro da luta entre eles.
Sacrifício e traição
O deus romano do fogo, Vulcan, foi o primeiro personagem de “American Gods” a ser concebido exclusivamente para a série. Antigo aliado de Wednesday, Vulcan é procurado pelo deus nórdico para se juntar a ele em sua batalha contra os novos deuses, mas os valores hoje são outros: depois de descobrir a possibilidade de mais uma vez conquistar poder e vitalidade a partir de uma espécie de “franquia”, Vulcan torna-se o dono de uma fábrica de balas para armas e regularmente faz sacrifícios humanos em sua indústria. Ele, então, transforma-se em uma espécie de divindade reciclada com o apoio dos novos deuses que o ajudaram a reconquistar seu espaço através da violência. Wednesday, então, será traído pelo romano e o mata cortando-lhe a cabeça, joga seu corpo em tanque de metal incandescente e lhe roga uma maldição urinando em cima de seu cadáver.
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Compaixão
Desde que Laura volta a “vida” com a moeda da sorte de Mad Sweeney a relação entre os dois parece muito clara – ele quer algo que é seu de volta e ela quer apenas ter mais uma chance de encontrar e demonstrar seus sentimentos por Shadow – mas as coisas são mais complexas do que isso, como mostra o sétimo episódio de “American Gods”. A ligação entre a “esposa morta” e o leprechaun é bem mais antiga e tem, pelo menos, algumas décadas de duração, como mostram os flashes dos antepassados de Laura. Depois de sofrerem um grave acidente na estrada, Mad Sweeney abrirá mão daquilo que mais quer e que tanto vem lutando para conseguir preservar a sobrevida de Laura nesse mundo até que encontrem a pessoa que poderá, de uma vez or todas, restaurar a sua vida.