Pouco mais de um ano após o “Me Too” tomar conta de Hollywood e gerar uma movimentação que provocou a denúncia de comportamento abusivo na indústria cinematográfica, outro escândalo de proporções menores começa a se formar nos bastidores do cinema.
Dessa vez, porém, não existe um caso de assédio, mas diversos executivos da indústria, além da atriz Charlotte Kirk. Pouco conhecida em Hollywood , a atriz tem pequenas participações em filmes como “Oito Mulheres e um Segredo” e “Como Ser Solteira”.
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Mas ela acabou estampando tabloides depois que surgiram notícias de que o CEO da Warner Brothers, Kevin Tsujihara tinha um caso com a atriz. Os dois foram apresentados por Brett Ratner, outro nome da indústria envolvido até o pescoço com acusações de assédio. Kirk, porém, conheceu os dois antes dessas histórias virem à tona e começou a ter um caso com Tsujihara.
De acordo com o The Hollywood Reporter , o caso acabou evoluindo para uma “luta prolongada e cada vez mais desesperada entre Kirk e Tsujihara e Ratner”, como descreve a publicação.
Antes de se tornar um pesadelo, porém, o CEO da Warner usava sua influência para conseguir colocar Charlotte em testes, o que eventualmente a levou aos papeis em “Como Ser Solteira” e “Oito Mulheres e um Segredo”.
Os contatos também a levaram a fazer testes para filmes da Millennium Films, produtora de Avi Lerner. As informações conseguidas pelo THR partem de mensagens de textos e e-mails, alguns deles obtidos por meio de Kirk. De acordo com a publicação, a atriz começou a ficar incomodada com o fato de que a carreira não seguia como planejado, apesar dos contatos influentes que tinha feito.
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Brett Ratner teria, então, se proposto ele mesmo a conseguir testes para ela, além de incluí-la em suas produções. O problema é que Ratner, se voltar a dirigir um filme, vai demorar muito, já que ele é um dos principais nomes do “Me Too” depois de Harvey Weinstein. Ratner foi acusado de assédio sexual por seis mulheres, incluindo a atriz Olivia Munn.
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Expandindo os horizontes
Conforme as tentativas de Ratner e Tsujihara para decolar a carreira de Charlotte não davam certo, a atriz se aproximou de Avi Lerner, que fez a mesma coisa que os outros executivos, e começou a sugerir a atriz para produções, incluindo o remake de “Hellboy”, que estreará em abril nos cinemas.
Dirigido por Neil Marshall, o longa é produzido, entre outras pessoas, por Lawrence Gordon, que barrou a participação de Kirk no filme. O diretor chegou a dizer ao THR que ele queria no elenco, e disse que a atriz era sua principal escolha para o papel de Alice (que ficou com Sasha Lane). “Apesar da imensa qualidade de seu trabalho, ela não era considerada um nome grande o suficiente”, explicou o diretor.
Marshall, porém, continua tentando fazer com que a atriz decole e chegou a anunciar uma parceria com ela: o filme “The Reckoning”, que deveria entrar em produção ainda neste semestre, mas ainda não tem produtora nem distribuidora apoiando.
De acordo com fontes da publicação, Marshall ficou tão encantado com a atriz, que decidiu encontra-la durante a produção de “Hellboy” e quase não retornou a tempo para continuar as gravações. Aparentemente, os dois mantém uma relação amorosa e moram juntos. Marshall aparece no Instagram de Kirk com certa frequência, mais recentemente em uma foto de uma viagem a Porto Rico, agora já deletada de sua rede.
As influências de Hollywood
O primeiro contato entre Charlotte Kirk e Kevin Tsujihara data de 2013. Na época, eles foram apresentados por James Packer – sócio de Brett e após o encontro Kirk não teve boas impressões: “ele não é muito legal. Muito insistente. Ele só quer fazer sexo e mais nada, não queria nem falar!”, ela escreveu em uma mensagem para Packer.
Cerca de um ano depois ele a ajudava a conseguir um papel em “A Máquina”, longa estrelado por Bruce Willis. A atriz, após a revelação do The Hollywood Reporter , negou que qualquer um desses homens tenha tido um comportamento inapropriado com ela, e alega que eles apenas tentaram ajuda-la.
A maioria desses nomes, porém, está envolvido de uma forma ou de outra em escândalos sexuais – incluindo Avi Lerner – acusado por uma pessoa de sua equipe de manter prostitutas nos sets.
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Se esse escândalo não colocará ninguém na Justiça, visto que não há acusações de nenhuma parte – ele serve como um exemplo esclarecedor da rede de influências que grandes executivos criam em Hollywood , tornando difícil para pessoas não dispostas a acompanhar seu ritmo e suas vontades.