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Cartaz de O Rei de Roma

O cinema italiano tem boa tradição na comédia. De Ettore Scola a Roberto Benigni, a pavimentação dessa tradição se deu de maneira contínua com diversos nomes, uns mais reconhecíveis do que outros. Um dos bastiões contemporâneos é Danielle Luchetti, de “Meu Irmão é Filho Único” (2007) e “Anos Felizes” (2013), que está de volta com “O Rei de Roma”.

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Marco Giallini é o rei de Roma do título. Ele dá vida a Numa Tempesta, um bilionário condenado por fraude fiscal que precisa cumprir um ano de serviços sociais. Compreensivelmente há tensão e choques que provocam humor na primeira metade do filme.

Além de articular esse interessante conflito de uma figura aristocrática em meio à plebe, e Numa é deslocado para atuar em um centro de assistência para moradores de rua, o longa de Luchetti ganha pontos por iluminar personagens fora de qualquer clichê.

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Há as prostitutas que estudam psicologia e querem encontrar homens que satisfaçam suas curiosidades intelectuais e pedagógicas, o mendigo com tino empreendedor e o menino de alma velha que desperta em Numa uma inesperada identificação.

Não que a trama não seja previsível, mas o grande trunfo do filme reside justamente na maneira como articula suas ideias. A ideia de a experiência prover algum tipo de amadurecimento emocional para o protagonista é muitíssimo bem encampada pelo roteiro e Marco Giallini defende o personagem com gosto e aptidão.

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"O Rei de Roma" ganha pontos ainda por oferecer humor falando de finanças. O momento em que os mendigos decidem fazer uma bolha especulativa é um achado cinematográfico de pura originalidade. Não obstante, em momento algum Lucchetti renuncia à essência de Numa em favor de algum tipo de redenção. Essa indisposição às concessões habitualmente atribuídas a Hollywood engrandece a experiência proposta, ainda que desperte alguma estranheza em paladares mais acostumados com o modo hollywoodiano de encerrar uma narrativa.


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