Estatísticas são sempre interessantes e quando se trata do maior prêmio do cinema com 91 anos de história tudo fica ainda mais impactante e significativo. O Oscar proveu uma boa cota de marcas históricas, recordes e dados importantes em 2019.
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"Pantera Negra" , por exemplo, rendeu a Marvel Studios, que compleou dez anos em 2018, seu primeiro Oscar . Foi na categoria de Figurino. Este prêmio também respondeu por outro ineditismo na premiação. Ruth E. Carter, que já havia sido indicada outras duas vezes pelos figurinos de "Amistaad" (1997) e "Malcolm X" (1992) se tornou a primeira mulher negra a vencer na categoria.
Outro fato inédito viria na categoria seguinte e com outra vitória de "Pantera Negra". Hannah Beachler, que já havia se tornado a primeira mulher negra indicada na catehoria de Direção de Arte, ou Produção de Design, como preferem alguns, se tornou a primeira a triunfar. As duas juntas marcaram as primeiras vitórias para uma mulher negra em uma categoria que não de atuação pela primeira vez desde 1984. Naquele ano, Irene Cara ganhou em Melhor Canção Original por "Flashdance".
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"Eu sonhei e rezei por essa noite", disse Carter na sala de imprensa após sua vitória. "Não somente por ser uma figurinista que trabalha duro, mas por tudo que significa para as pessoas que trabalham comigo".
México e Netflix
Em uma cerimônia em que se falou muito espanhol, Alfonso Cuarón compreensivelmente foi uma estrela. O diretor, que igualara o recorde de Warren Beatty, Orson Welles e irmãos Coen com quatro indicações em um mesmo ano, ganhou duas delas e estabeleceu um outro ineditismo. Se tornou o primeiro a vencer os Oscars de Direção e Fotografia pelo mesmo Filme. Algo tão difícil de acontecer que Cuarón já havia sido o primeiro a ser indicado nas duas categorias.
A vitória de "Roma" também valeu o primeiro prêmio do México na categoria de Filme estarngeiro. Ela veio na décima candidatura. A despeito da birra de Trump, os mexicanos não têm do que reclamar. Na categoria de Direção, Cuarón garantiu a quinta vitória do País em seis anos. Nenhum ouro país emplacou vitórias nesta prestigiada categoria em um espaço de tempo tão curto que não os EUA.
Cuarón ainda conseguiu um feito em que figuras como Fernando Meirelles, Pedro Almodóvar, Roberto Begnini, Ingmar Bergman, Bernardo Bertolucci, Federico Fellinni falharam. Venceu a estatueta de diretor por um filme estrangeiro e falado em língua estrangeira.
As três estatuetas de "Roma" também asseveraram as três primeiras vitórias da Netflix em categorias mais nobres no Oscar. Em 2019, a gigante do streaming qua já havia ganho em Documentário em Longa-metragem em outros anos, venceu na categoria de Documentário em Curta-Metragem.
"Roma" ainda valeu o primeiro prêmio de Fotografia para uma produção filmada em preto e branco desde que a categoria deixou de premiar separadamente filmes em cor e em preto e branco em 1967. É também a primeira vez que um filme estrangeiro vence na categoria.
Outra curiosidade da edição de 2019 é que três atuações premiadas defendem personagens queer. Mahershala Ali por "Green Book", Rami Malek por "Bohemian Rhapsody" e Olivia Colman por "A Favorita" constituem um inesperado recorde alcançado na 91ª edição dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Este também foi o ano em que Spike Lee ganhou sua primeira estatueta. Ela não foi por direção, mas pelo roteiro adapado de "Infiltrado na Klan". Lee recebeu sua primeira indicação há 30 anos também como roteirista de "Faça a Coisa Certa".
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"Green Book: O Guia" se tornou a quinta produção a vencer como Melhor Filme sem ter seu diretor indicado. Os outros foram "Argo" em 2013, "Conduzindo Miss Daisy" em 1990, "Grand Hotel" em 1932 e "Asas" em 1929. O longa tornou-se, ainda, o terceiro a vencer sem ter sido indicado ao prêmio de elenco no SAG. Os outros foram "A Forma da Água" em 2018 e "Coração Valente" em 1996.
Esta foi a quinta vez na década que o Oscar divide o prêmio de Direção e Filme. É a maior frequência que isso acontece. Ao todo isso aconteceu por 26 vezes.