A exposição “50 anos de realismo – fotorrealismo à realidade virtual” começou no dia 5 de fevereiro e vai até dia 28 de abril, no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília. Com a curadoria da historiadora Tereza de Arruda, a mostra tem cerca de 90 obras das últimas cinco décadas. Essa exposição já passou pelo CCBB de São Paulo e foi vista por mais de 172 mil pessoas.
Com um novo recorte na arte e entre pinturas, esculturas, vídeos e instalações interativas, “ 50 anos de realismo – do fotorrealismo à realidade virtual” conta com 90 obras expostas no CCBB de Brasília que são de 30 artistas brasileiros e internacionais. A exposição está dividida em cinco etapas e tem os espaços demarcados pela temporalidade das obras.
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A primeira etapa mostra a primeira geração de pintores do fotorrealismo e do hiper-realismo. O inglês John Salt e o norte-americano Ralph Goings são alguns dos nomes que ilustram esse primeiro momento.
Na segunda etapa ficam os artistas que se dedicam as linhas contemporâneas do hiper-realismo. O zimbabuano Craig Wylie, o inglês Simon Hennessey, e os britânicos Bem Johnson e Raphaella Spence são nomes presentes na exposição.
A categoria 'natureza-morta' é a terceira etapa da exposição, aonde é possível ir da Espanha a Bahia, com as cores brilhantes do espanhol Javier Banegas, a mistura do retrato, natureza-morta e as paisagens do baiano Fábio Magalhães, que faz uma representação do corpo humano e transmite desconforto, transbordando, sem pudor, os limites entre fotografia e pintura.
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Num quarto momento tem um espaço destinado as obras tridimensionais de escultores de diferentes gerações do hiper-realismo. A proximidade do público com as obras pode gerar um desconforto ao confrontar o ser e o aparentar.
Nesse momento tem três artistas: o único hiper-realista brasileiro, que aborda temas como tempo e enfermidade a fim de estimular a reflexão, o paulista Giovani Caramello; o norte-americano John DeAndrea, pioneiro na criação e figuras humanas hiper-realistas; e o dinamarquês Peter Land, que usa o humor para explorar padrões humanos de comportamento.
Na última etapa tem as novas tecnologias com obras de realidade virtual, expostas em monitores, projeções espaciais ou com o auxílio de óculos de realidade virtual. O japonês, Akihiko Taniguchi, reproduz espaços do cotidiano com seus modelos em 3D. Com uma obra literalmente imersiva, a alemã, Bianca Kennedy, também marca presença na exposição. Com a série TRACKER, a francesa, Fiona Valentine Thomann, traz modelos de 3D em realidade aumentada que permitem diferentes dimensões e visões. A brasileira, Regina Silveira, fecha essa etapa com um vídeo de animação digital. Regina utiliza mídias distintas em uma mesma obra, sendo pioneira em mesclar vídeo, fotografia, colagem, xerox e postais desde os anos 1970.
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A curadora da exposição, Tereza de Arruda , destacou a relação de identidade entre imagem e realidade, assim como a de verdade e realidade: “Justamente por essa aproximação, surge certo estranhamento e desconforto no momento em que nos perguntamos o que é a realidade e qual sua importância na representação artística”. É possível visitar a exposição no CCBB de Brasília de terça a domingo, das 09h às 21h com entrada gratuita.