A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anuncia nesta terça-feira (22) os filmes e artistas que vão disputar a mais cobiçada estatueta do cinema. Os indicados à 91ª edição do Oscar serão conhecidos às 11h30 (horário de Brasília), com transmissão do canal pago TNT.
Após um ano de algumas polêmicas e ajustes com vistas a conter a queda de audiência da cerimônia, o Oscar 2019 deve destacar muitos blockbusters, como “Pantera Negra”, “Nasce uma Estrela”, “Podres de Ricos” e “Um Lugar Silencioso” e também produções pequenas como “ Se a Rua Beale Falasse ” e “Poderia me Perdoar?”. Esse cambiamento faz parte de um esforço para refletir melhor o cinema no ano.
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E é justamente nesse esforço que reside as chances da Netflix em 2019. “Roma”, um dos filmes mais premiados da temporada é essencialmente um filme independente, mas que conta com a potente máquina de propaganda da gigante do streaming. A tendência é que o longa renda a empresa sua primeira indicação na categoria de Melhor Filme.
A principal categoria já ostenta algumas certezas. Além do filme de Alfonso Cuarón, espere por “Nasce uma Estrela”, “A Favorita” e “Vice” também na lista.
O fator “Pantera Negra”
Podemos ter entre cinco e dez indicados desde 2011, mas nunca tivemos dez filmes na lista desde a flexibilização da categoria de Melhor Filme. Isso porque é preciso figurar na primeira posição de 5% do corpo de votantes para assegurar uma nomeação. É um bom sistema e um que dificilmente vai deixar “Pantera Negra” de lado.
Em meio a clamores de representatividade e da necessidade de fisgar o interesse de um público que aprendeu a não dar bola para “os filmes de Oscar”, o filme de Ryan Coogler é o meio para um fim, além de ser o maior fenômeno cultural de 2018.
O que pode prejudicar suas chances é que o buzz do filme diminuiu consideravelmente nas últimas semanas e em plena semana em que os membros da academia votavam pouco se falava no longa. De todo modo, a produção da Marvel, além de ser o primeiro filme de super-herói indicado a melhor filme nos prêmios da Academia, deve receber entre seis e oito indicações na terça-feira.
Estrangeiro e em preto e branco
“Roma” não é o único filme não americano, filmado em preto e branco e com desconhecidos suscitando paixões nos círculos mais proeminentes de Hollywood. “Guerra Fria”, do polonês Pawel Pawlikowski, que venceu na categoria de filme estrangeiro em 2015 com “Ida”, recebeu três indicações ao Bafta na última semana e está muitíssimo bem comentado entre acadêmicos influentes.
Ou seja, a possibilidade de termos dois filmes não falados em inglês indicados a melhor filme do ano é muito grande. Seria um feito inédito e revelador do intenso processo de internacionalização que acomete a Academia.
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A força do cinema racial
Para além de “Pantera Negra”, outros três filmes que abordam a questão racial se emparelham na corrida e chegam com força para o Oscar. “Green Book”, que ganhou o prêmio do público no Festival de Toronto, enfrenta uma acirrada campanha difamatória por ser “um filme sobre racismo pelo olhar de um diretor branco”. Polêmicas envolvendo o diretor e o roteirista vieram à tona em plena semana de votação para aferir os indicados. Se as chances de limar a produção do Oscar são pequenas, a possibilidade de vitória cai drasticamente.
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Já Spike Lee, um dos grandes injustiçados históricos pela Academia, deve ser bastante contemplado com o seu “Infiltrado na Klan”, longa que conta a história de um detetive negro que se infiltrou no Ku Klux Klan, grupo supremacista branco.
Há, ainda, “Se a Rua Beale Falasse”, o primeiro filme de Barry Jenkins depois de ganhar o Oscar com “Moonlight: Sob a Luz do Luar” há dois anos. Os três filmes têm grandes chances de figurar na lista.
Mais blockbusters?
Premiado com o Globo de Ouro de melhor filme dramático, “Bohemian Rhapsody”, que já arrecadou cerca de US$ 800 milhões globalmente pode aparecer entre os finalistas escorado na força de Freddie Mercury e do Queen, mas essa ainda deve ser tratada como uma possibilidade remota.
Também são remotas as possibilidades de “Um Lugar Silencioso” e “Podres de Ricos”, ambos indicados ao prêmio do Sindicato dos Produtores, surgirem na lista final. A despeito de serem filmes bem cotados pela crítica, um terror e uma comédia romântica naturalmente estão léguas de distância de uma cinebiografia de um dos maiores ícones do rock mundial.
Sexta mulher indicada à direção?
Em 2019 devemos ter pelo terceiro ano consecutivo um diretor negro indicado ao Oscar da categoria. Talvez até mais de um. Além da certeira nomeação de Spike Lee, Barry Jenkins e Ryan Coogler são possibilidades palpáveis, mas a grande incógnita é se teremos alguma mulher nomeada.
Ano passado Greta Gerwig se tornou apenas a quinta mulher nomeada na categoria e se temos bons trabalhos de diretoras no ano (Debra Grenik por “Sem Rastros”, Karyn Kusama por “O Peso do Passado” e Lynne Ramsay por “Você Nunca Esteve Realmente Aqui”), nenhum deles está nas conversações para a categoria e para Melhor Filme. A possibilidade mais encaminhada, e ainda assim bem remota, é Marielle Heller por “Poderia me Perdoar?”.
A tendência da categoria é reunir, além dos já citados Lee e Cuarón, Bradley Cooper (“Nasce uma Estrela”), Yorgos Lanthimos (“A Favorita”) e Adam McKay (“Vice”).
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Quem vai liderar a corrida pelo Oscar?
“Nasce uma Estrela”, que deve ser o único com indicações nas cinco principais categorias, e “A Favorita” devem encabeçar a lista com algo entre oito e dez nomeações. Há a expectativa por uma boa presença de “Primeiro Homem”, que poderia surpreender com uma indicação a Melhor Filme. “Pantera Negra”, “Vice”, “Roma” e “Infiltrado na Klan” também devem receber múltiplas indicações ao Oscar .