A maior premiação no cinema costuma ter alguns filmes esnobados, mas outros acabam nem tendo chance, mesmo sendo ótimos longas
A temporada de premiação costuma ser intensa e concentra boa parte dos lançamentos do ano. Aqui no Brasil, os melhores filmes ganham distribuição depois das indicações ao Oscar, na esperança de aumentar as bilheterias, o que significa muitos longas de qualidade sendo lançados ao mesmo tempo.
Por conta disso acabamos negligenciando boas estreias que ocorreram ao longo do ano. Seja por serem menores, não terem verba para fazer o marketing que os grandes estúdios fazem nessa época, ou não ter a ambição de competir, alguns filmes não tem grande repercussão e passam batido na temporada de premiação. Mas, nessa retrospectiva 2018, vamos relembrar os melhores filmes que provavelmente não serão indicados ao Oscar , pelo menos não nas categorias principais.
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- Sorry To Bother You
Tessa Thompson teve um 2018 excepcional e aqui tem uma de suas melhores performances, ao lado do igualmente excelente Lakeith Stanfield. “Sorry To Bother You” não se encaixa nos moldes tradicionais do cinema e talvez por isso seja ignorado nessa temporada, mas o longa de Boots Riley vale a pena. Engraçdo, com uma crítica social, fora dos padrões e com um elenco de tirar o fôlego que inclui ainda Steven Yeun e Armie Hammer.
- A Casa Que Jack Construiu
Lars Von Trier ainda não está às boas com Hollywood e pelo que mostra em seu último filme, não pretende ficar. O diretor recrutou Matt Dillon para um bom – porém altamente perturbador filme – o que deve garantir que ele não seja incluso nas premiações.
- Anquilação
Mais Tessa Thompson. Dessa vez, porém, ela é a coadjuvante num longa de ficção científica onde Natalie Portman rouba a cena. Alex Garland não conseguiu repetir o sucesso de sue primeiro filme, “Ex-Machina”, mas criou uma história original, onde um grupo de mulheres é recrutado para entrar em uma área misteriosa, de onde ninguém ainda saiu vivo. Efeitos visuais inusitados e ótimas atuações permeiam esse filme que estreou sem muito alarde no começo do ano na Netflix.
- Vida Selvagem
Paul Dano e Zoa Kazan já mostraram que formam uma boa dupla nas telas com “Ruby Sparks”, escrito por Kazan e protagonizado por ambos. Agora, eles retomam a parceria em “Vida Selvagem”, escrito pelos dois e dirigido por Dano. Jake Gyllenhaal e Carey Mulligan protagonizam essa história sobre uma família em crise que vê as coisas saírem do controle depois que o pai decide aceitar um trabalho perigoso que o deixa afastada por um tempo. Mulligan e Gyllenhaal têm ótimas performances que, mais uma vez, devem passar batidas pela academia.
- O Conto
Laura Dern estrela esse filme que se debruça sobre uma mulher decide voltar às origens para lidar com um abuso que sofreu quando criança. O filme estreou em Sundance em janeiro e Dern foi muito elogiada por sua performance. O longa de Jennifer Fox, porém, foi comprado pela HBO e, sendo exibido apenas na televisão, não está apto a concorrer ao Oscar.
- Hereditário
O único terror nessa retrospectiva 2018 , “Hereditário” também saiu de Sundance em alta. Com Toni Collette e Milly Shapiro, o filme retrata uma família consumida pela interferência sobrenatural da avô morta. Shapiro é o destaque aqui e a bilheteria foi acima da média, mas não foi o suficiente para coloca-lo entre as sensações do ano, como é o caso de “Um Lugar Silencioso”.
- Para Todos Os garotos Que Já Amei
Convenhamos, esse não é o tipo de filme que normalmente chega as premiações, mas o filme da Netflix baseado no livro de Jenny Han revelou duas das sensações do ano: Lana Condor e Noah Centineo e merecia um reconhecimento na temporada.
- Maus Momentos No Hotel Royale
Um hotel na divisa entre dois estados. Sete estranhos. Chris Hemsworth, Dakota Johnson, John Hamm e Jeff Bridges no elenco. Não tem como esse filme de Drew Goddard ser ruim, mas ele acabou passando batido no ano. Enquanto passam uma noite violenta e assustadora em um hotel, os segredos de cada um vão se revelando. Ótimas performances e bom suspense, mas não o garantiu entre os contemplados nas premiações.
- Suspiria
O filme de Luca Guadagnino que sucedeu “Me Chame Pelo Seu Nome” não é tão bucólico ou apaixonante como o anterior. Seguindo uma linha mais próxima a raiz do diretor, o filme tem suspense, obsessão e manifestações artísticas que acabam mexendo com a mente das personagens. Uma espécie de “Cisne Negro” europeu, o longa tem ótimas atuações de Dakota Johnson e Tilda Swinton, mas talvez seja peculiar demais para o Oscar.
- Tully
Jason Reitman costuma fazer filmes mais realistas, com um pé na vida comum, sempre desfazendo mitos do dia a dia guiado pelo roteiro de Diablo Cody. Dessa vez não é diferente e “ Tully ” faz um retrato honesto da maternidade, e como na prática ela está longe daquele belo sonho de ter filhos. Charlize Theron está ótima no papel, mas o longa acabou não chamando tanta atenção e ficou para trás na corrida pelo Oscar, mesmo sendo um dos melhores filmes do ano.