A palavra “gigante” não faz jus ao que a Disney se tornou em 2018. O estúdio, que já era um dos maiores de Hollywood, dono de grandes franquias, ficou ainda maior com o acordo bilionário de compra da Fox. Com todo o potencial que tem embaixo de seu guarda-chuva, a empresa caminha para se tornar a soberana do entretenimento.
Ainda assim, existe uma área que a Disney ainda não domina: o streaming . Mas isso vai mudar em 2019, já que o estúdio lançará sua própria plataforma, a Disney+. E com todo o seu poder de fogo, eles apostam alto no serviço, com duas produções dentro de suas principais franquias, a Marvel e Star Wars.
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“The Mandalorian” e uma história original do personagem de “Rogue One” Cassian Andor (Diego Luna) são as duas séries já anunciadas do universo das galáxias. Já na Marvel, o queridinho Loki (Tom Hiddleston) terá sua própria história também, além da Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e Falcão (Anthony Mackie).
Um desenho animado no universo de “Monstros S.A” e uma série baseada em “High School Musical” também estão em desenvolvimento. Além disso, o presidente de produção da Disney Sean Bailey, disse em entrevista ao The Hollywood Reporter que a ideia é fazer entre quatro e cinco filmes por ano exclusivos na plataforma. O serviço não deve estrear até o fim do ano nos EUA, mas é a prioridade do estúdio.
A força do streaming
A Netflix , que por anos caminhou solitária nesse formato inovador, tem aos poucos ganhado novos concorrentes. A Amazon entrou na briga e hoje, apesar de menor, já se estabeleceu no formato. Enquanto isso o Hulu – serviço menor e que não está disponível fora dos EUA – derrubou a força da Netflix com produções premiadas como “The Handmaid’s Tale”.
O Hulu, porém, tem na Fox um de seus sócios majoritários o que significa que agora ele também pertence a Disney. Bob Iger, o “todo poderoso” do estúdio já confirmou que, não só o Hulu seguirá existindo, como deve ser expandido para outros países nos próximos anos. Sendo assim, de zero a Disney passa a ter duas plataformas, cada uma com uma proposta distinta.
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Hoje a Netflix tem tanto produções relacionadas à Marvel (que estão em processo de cancelamento , só “Jessica Jones” e "O Justiceiro" seguem vivos até a próxima temporada) e séries premiadas como “The Crown”, mas vai ser muito difícil combater a força da Disney, mesmo com números altos.
Em 2018 a Netflix incluiu em seu catálogo cerca de 500 novas produções, incluindo conteúdo original, documentários, filmes, desenhos e novas temporadas. O número deve aumentar nos próximos anos, o que não significa que vai manter a plataforma em primeiro lugar.
Dona de produções memoráveis, como “Stranger Things” e “Orange Is The New Black”, a Netflix tem mudado sua estratégia e se divide em duas frentes: quantidade, com produções de qualidade duvidosa sendo lançadas quase que semanalmente, e qualidade, se unindo a diretores renomados.
No final de 2018 a plataforma lançou “Roma”, de Alfonso Cuarón, que tem grandes chances de chegar (e vencer) o Oscar. Se isso se confirmar, será a primeira vez que uma plataforma on-line alcança tal feito. Para 2019, Martin Scorsese estreia seu próximo trabalho no streaming: o filme “The Irishman”, que unirá Al Pacino e Robert De Niro. Esses lançamentos mostram a aposta da Netflix em entrar no seleto grupo de filmes premiados, ambição que, inicialmente, a Disney não tem.
E não precisa, já que eles têm a Fox para isso. Dentro do “pacote” comprado está a Fox Searchlight, dona de títulos como “Birdman”, “Pequena Miss Sunshine”, “Cisne Negro”, “Três Anúncios Para um Crime” e o vencedor de Melhor Filme em 2018 “A Forma da Água”. O estúdio tem emplacado consistentemente filmes nas premiações e pode muito bem desenvolver produções exclusivas para o Disney+ ou Hulu.
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Com isso, a Disney caminha para se tornar soberana também no streaming. A Netflix, claro, não vai deixar de ser uma gigante e essa batalha tem vencedores nos assinantes das duas plataformas, que tem um leque cada vez maior de opções para assistir em casa, no conforto de seu sofá.