Foi um ano próspero para o cinema e isso não podia escapar à retrospectiva 2018. Entre recordes de bilheteria e produções aclamadas pela crítica, muitas atuações se destacaram ao longo de 2018. O iG Gente
selecionou aquelas que julga terem sido as 15 melhores da temporada. Conheça-as na lista abaixo.
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- Daniel Day Lewis (“Trama Fantasma”)
![Daniel Day Lewis em cena de Daniel Day Lewis em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/18/dv/oa/18dvoaqeicpumkvc2i0llrida.jpg)
A (anunciada) última atuação de um dos maiores atores de todos os tempos é uma obra de arte em si. Entre a contenção e o escândalo, aliando sutileza e adensamento, Daniel Day Lewis cria um personagem distante, cheio de conflitos, e pelo qual o público padece entre a admiração e a repulsa.
- Patricia Clarkson (“A Festa”)
![Patricia Clarkson em cena de Patricia Clarkson em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/8c/4n/en/8c4nenf4pi6ln43ediisejoef.jpg)
Em “A Festa”, drama cortante e repleto de humor negro assinado por Sally Potter, Patricia Clarkson é April, aquela mulher que tem uma opinião formada sobre tudo e todos e não faz questão de manter para ela. A personagem é deliciosa e tem ótimas sacadas, mas é o ar blasé da atriz, que também fez diferença na minissérie “Sharp Objetcs” que convulsiona tudo. Uma atuação minimalista de grandes proporções.
- Yalitza Aparicio (“Roma”)
![Yalitza Aparicio é dirigida por Alfonso Cuarón no set de Yalitza Aparicio é dirigida por Alfonso Cuarón no set de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/f4/i1/og/f4i1ogxl242a4752kpn2rxgap.jpg)
“Roma”, que estreou enquanto a retrospectiva 2018 já estava em curso, é a estreia de Yalitza Aparicio como atriz, esse diamante bruto que Alfonso Cuarón lapida com sua obra mais pessoal. Entre a delicadeza dos gestos e a opressão dos silêncios, Aparicio comove e cativa. Sua atuação é cheia de pequenos momentos, de transições e espaços que inundam o espectador de sentido.
- Amandla Stenberg (“O Ódio que você Semeia”)
![Amandla Stenberg em cena de Amandla Stenberg em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/4g/dx/86/4gdx862ii9lvj41rpykkhp3qv.jpg)
Se é possível medir o pulso da audiência a partir de uma atuação não houve nenhuma outra em 2018 nas telas de cinema do País mais afeita à analogia do que a de Amandla Stenberg em “O Ódio que Você Semeia”. A jovem atriz de 20 anos recebe o turbilhão de emoções a qual sua personagem é submetida após testemunhar o assassinato de um amigo em um caso de brutalidade policial, com abnegação e coragem e guia o público pelo maremoto emocional que se segue.
- Elizabeth Debicki (“As Viúvas”)
![Elizabeth Debicki em cena de Elizabeth Debicki em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/c8/jo/7b/c8jo7boetjzt02gnn2gcueqt9.jpg)
É difícil destacar e convergir força interior e fragilidade ressaltando sempre a vulnerabilidade de se estar fazendo algo perigoso, sem qualquer convicção e é ainda mais desafiante fazê-lo medindo forças com uma atriz do quilate de Viola Davis, com quem Elizabeth Debicki divide suas principais cenas em “As Viúvas”. O que essa atriz australiana, nascida na França e que já havia encantado em “The Night Manager”, faz no filme de Steve McQueen é primoroso e sensorial. Ela reclama a atenção do público para si sem embaraço algum.
- Keira Knightley (“Colette”)
![Keira Knightley em cena de Keira Knightley em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/c1/s4/8u/c1s48ujwfd1areugf0ogzh9ka.jpg)
Poucas atrizes se dão tão bem em filmes de época como Keira Knighley. Nesse contexto, para a britânica conseguir sair da sua zona de conforto em um filme dessa natureza é preciso um papel com bons predicados. E isso ela tinha aqui, assumindo a vida da primeira escritora francesa que viveu um casamento de abusos e incompreensão e explorou a sua sexualidade para além das restrições da época. A assertividade da atriz e a maneira como aborda pautas modernas nos detalhes de sua Colette tornam seu trabalho mais altivo e reverberante.
- Steven Yeun (“Em Chamas”)
![Steven Yeun em cena de Steven Yeun em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/9w/nl/3b/9wnl3bqtntdx0q44891ruljke.jpg)
Desde que saiu de “The Walking Dead”, Steven Yeun tem apostado em projetos autorais como “Sorry to Bother You” e esse “Em Chamas”, filme sul-coreano que pode emplacar no Oscar . Na pele de um homem misterioso, mas charmoso e simpático, Yeun ajuda a revitalizar a estética do noir desenhada nos filmes de John Huston e Hitchcock. A compreensão do personagem pelo ator se revela para o público cada vez mais que se pensa no filme e este é um filme em que se pensa bastante.
Você viu?
- Bradley Cooper (“Nasce uma Estrela”)
![Bradley Cooper em cena de Bradley Cooper em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/3o/yg/tr/3oygtrtbc2y0kf1dlj6bv2kjd.jpg)
As três indicações sequenciais ao Oscar em 2013, por “O Lado Bom da Vida”, em 2014, por “Trapaça”, e em 2015, por “Sniper Americano”, afastaram de vez a dúvida de quem não tinha Bradley Cooper como um grande ator. “Nasce uma Estrela”, no entanto, o incensa ao olimpo dos grandes artistas que Hollywood já viu. Não só pela direção imaginativa e cheia de propriedade, mas pela atuação que sangra, doi e acalenta. Cooper é irascível e apaixonante em cena.
- Lady Gaga (“Nasce uma Estrela”)
![Lady Gaga em cena de Lady Gaga em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/4t/38/n4/4t38n4vwcrqcou42nd55o7ldn.jpg)
Não é a estreia como atriz de Lady Gaga, ou Stefani, como seu diretor a chama, mas é seu primeiro protagonismo no cinema. Carisma e magnetismo ela reitera aqui, mas demonstra uma sagacidade na abordagem da personagem e seus conflitos que apenas uma atriz pronta, intuitiva e com boa cota de recursos dramáticos poderia ostentar.
- Rachel McAdams (“Desobediência”)
![Rachel McAdams e Rachel Weisz em cena de Rachel McAdams e Rachel Weisz em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/0b/24/wa/0b24wacl4jwwkro6cnsbce3f7.jpg)
Nesse drama sobre o amor proibido entre duas mulheres na conservadora comunidade Judaica, Rachel McAdams captura a angústia de não conseguir viver uma paixão. À medida que sua personagem vai duvidando cada vez mais de suas escolhas e desejando cada vez mais a mulher que ama, pela qual tem tesão, McAdams toma conta da tela com um desprendimento incomum. Sensual, doída e tateante, a atriz entrega uma atuação de pequenas, mas bravas, notas.
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- Charlize Theron (“Tully”)
![Charlize Theron em cena de Charlize Theron em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/8d/2j/di/8d2jdit9e8gcd9pk0ebc1ppmd.jpg)
A maternidade costuma gerar bons personagens em filmes que se resolvem sobre esse aspecto em particular. Mas o que Charlize Theron alcança em “Tully” radicaliza qualquer fórmula. Além da devoção emocional e intelectual à personagem, uma mulher que está a ruir com a chegada do terceiro filho, há uma entrega física e quase psicológica a Marlo, uma personagem tão verdadeira que provoca tanto empatia quanto assombro e muito disso graças a esse trabalho mediúnico de Theron.
- Joaquin Phoenix (“Você Nunca Esteve Realmente Aqui”)
![Joaquin Phoenix em cena de Joaquin Phoenix em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/1p/l7/zf/1pl7zfwdxv7k36xr5m8juwkcz.jpg)
Se você quer um trabalho metafísico, psicodélico e cheio de camadas psicoemocionais o ator certo é Joaquin Phoenix. Lynne Ramsay sabia disso e o escalou para viver o matador de aluguel cheio de traumas e TOCs de “Você Nunca Esteve Realmente Aqui”. Pense em Phoenix como um expressionista e o filme como uma pintura abstrata e você vai ter uma ideia do valor, e impacto, da obra e do trabalho do ator.
- Sally Hawkins (“A Forma da Água”)
![Sally Hawkins em cena de Sally Hawkins em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/6g/fs/ut/6gfsutroa763d13ghkxj6s854.jpg)
Com uma atuação restrita ao gestual e às expressões faciais, já que interpreta uma mulher muda, Sally Hawkins encanta pelo minimalismo e pelas sutilezas com que constrói sua personagem e permite que o público espie seus anseios e angústias. Uma das coisas mais lindas de 2018 no cinema!
- Margot Robbie (“Eu, Tonya”)
![Margot Robbie em cena de Margot Robbie em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/em/ra/v9/emrav973iud22qojtoq16t8xi.jpg)
A fúria e a fibra de uma mulher que quis mais e não se avexou de ir atrás estão lá, assim como suas dependências emocionais, sua natureza violenta e sua necessidade por atenção. Margot Robbie investiga Tonya Harding com apetite, mas também com ponderação, e contribui para que “Eu, Tonya” seja um dos filmes mais brilhantes dos últimos tempos.
- Woody Harrelson (“Três Anúncios para um Crime”)
![Woody Harrelson em cena de Woody Harrelson em cena de](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/9h/ox/nw/9hoxnwsq8plk3dldmbjw99dky.jpg)
Em um filme com potentes e oscarizadas atuações (Frances McDormand e Sam Rockwell), Woody Harrelson é a brisa. Ator acostumado a assumir papeis expansivos e espetaculosos, aqui ele investe em um registro mais calmo, macio, mas tem momentos de grande impacto. Uma atuação sensível e comedida, mas também trovejante e conscienciosa e, por tudo isso, imperiosa nessa lista da retrospectiva 2018.