Primeira série australiana da Netflix, “Tidelands” ostenta um elenco bonitão, que para os brasileiros chama ainda mais atenção pela presença de Marco Pigossi, fazendo sua estreia em uma produção internacional, uma trama cheia de mistérios, crime, sensualidade e sereias.

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Cena de Tidelands, primeira série australiana da Netflix
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Cena de Tidelands, primeira série australiana da Netflix

Os oito episódios que compõem a primeira temporada de “Tidelands” revelam uma produção com ótima atmosfera de produção B. Tem o bad boy, o bonitão bonzinho, o pacto entre o crime organizado e a polícia local, uma comunidade hippie afastada que guarda sua cota de mistérios e por aí vai.

Orphelian Bay, vilarejo pesqueiro remoto em que se passa a série e para o qual Cal McTeer (Charlotte Best) retorna após dez anos na prisão, é desses lugares que cativam por sua atmosfera bucólica e o fato desses hippies, que logo descobrimos serem tidelanders (híbridos que são capazes de manipular líquidos e respirar dentro d’água, dentre outras coisitas mais), serem hipersexualizados ajuda a querermos saber mais daquele lugar.

 A série da Netflix foi pensada e costurada para ser um hype e, nesse sentido, se sai maravilhosamente bem. É bem verdade que perde um pouco de punch na metade final, mas ainda assim se prova um entretenimento de mão cheia.

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Conhecendo os tidelanders

Elsa Pataky, beleza etérea e hipnótica em Tidelands
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Elsa Pataky, beleza etérea e hipnótica em Tidelands

Cal volta para Orphelian Bay para encarar seu passado – uma mãe que não gosta dela – e entender um pouco mais sobre os negócios da família. O irmão Augie (Aaron Jukubenko) lidera um grupo de traficantes de drogas na região. Seu fornecedor é Adrielle (Elsa Pataky), a líder, e tratada como rainha, do tidelanders. Figuras que parecem saídas de conto de fadas e que todos na região conhecem bem, mas não falam muito a respeito.

Os primeiros episódios ambientam tanto o espectador quanto Cal naquele universo excêntrico e a série é muito feliz na maneira como organiza os mistérios envolvendo os tidelanders, seu passado, seus objetivos e as tensões envolvendo suas relações com o “mundo real”. A resolução desses conflitos não é tão inspirada, mas preserva a bem-vinda capacidade de surpreender do programa. O último episódio, por exemplo, apresenta uma sucessão de plot twists, alguns esperados, outros nem tanto, que deixa ótima impressão e boas espectativas pela 2ª temporada.

O fator Pigossi

Marco Pigossi em cena de Tidelands
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Marco Pigossi em cena de Tidelands

Marco Pigossi vive Dylan, um tidelander que se vê na necessidade de conviver com receios que não sabe sequer verbalizar, assim como seu fascínio por Adrielle entorpece seu julgamento sobre a liderança cada vez mais ruidosa e violenta dela na comunidade. Sua química com Pataky e com Best, as duas personagens com quem seu Dylan estabelece vínculo emocional, é forte e reverberante e o ator se esforça para caprichar no sotaque australiano.

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Tidelands tem sua própria versão de amor proibido

Dylan é um bad boy de bom coração não muito diferente do Zeca, último personagem do ator na TV brasileira, na novela “A Força do Querer”, mas Pigossi tem muito menos elementos e tempo para tangencia-lo de maneira satisfatória. Nesse escopo, e somado o fato da atuação em língua estrangeira e toda a apreensão que acompanha uma estreia desse porte, seu trabalho é realmente positivo.

O ator reveste seu Dylan de boas camadas e responde por um dos personagens dramaticamente mais interessantes dessa primeira temporada, o único a operar em uma constante ascendente dentro da narrativa.

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Sexy, com boa atmosfera e com uma trama que sabe ser convidativa, “Tidelands” é uma boa pedida no cardápio cada vez mais internacional e cheio de especificidades da Netflix.

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