Presente em todos os quatro dias da CCXP 2018 e um dos principais astros do concorrido Artists Alley, o quadrinhista John Romita Jr. foi só sorrisos na convenção e decidiu encerrar a sua participação no evento da maneira como se portou durante ele: sorrindo e fazendo seus fãs sorrirem, às vezes até gargalhando.
A CCXP 2018 dedicou um painel no segundo maior auditório da casa voltado apenas para o desenhista, que, livre, leve e solto, desandou a falar por quase 45 minutos sobre casos inusitados da carreira, os efeitos, para o bem e para o mal, de ser filho de um já consagrado artista - John Romita -, e rasgou elogios aos brasileiros.
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"Eu sei que amo esse país por causa das pessoas que conheci, e vocês são as pessoas mais chamosas e maravilhosas. Nunca encontrei um grupo de fãs mais apaxionado em uma convenção do que aqui e vocês precisam saber disso", declarou Romita Jr., provocando uma explosão de aplausos na sala.
Filho de peixe, peixinho é na CCXP 2018
O nome de John Romita Jr. não soa estranho para os fãs de HQs porque ele é filho de John Romita, ícone no mundo dos quadrinhos e um dos grandes responsáveis por fazer do Homem-Aranha um dos heróis mais populares da cultura pop.
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Questionado sobre a influência do pai, o norte-americano de 62 anos contou que tomou conhecimento do que "Romita Sr." fazia por conta dos constantes pesadelos que o obrigavam a sair do quarto e ir para o escritório do pai, onde por fim ele adormecia. Em uma dessas fugas, o jovem de apenas sete anos recebeu uma "palestra" sobre o Demolidor e ficou fascinado em como um herói poderia ser cego. "Ali eu fui capturado. E agora estou aqui com vocês."
Apesar do aparente talento genético dos Romitas, o pai foi contra ver o filho seguir a mesma carreira por acreditar que ele seria tratado mal na indústria. John afirmou que precisou "calar a boca" de muita gente e que se fosse socar a cara de todos que fizeram pouco dele, ele estaria na cadeia até hoje.
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Por outro lado, um lado mais leve, o desenhista revelou na CCXP 2018
um lado inusitado de trabalhar com os pais e tê-los de chefes: "Ele era diretor de arte e ela, gerente de planejamento. Eu evitava as salas deles. Uma vez recebi uma ligação da minha mãe dizendo que eu estava atrasado no prazo; falei que estava mal e gripado. Cinco minutos depois ela liga de novo e diz 'é sua mãe, você está bem?'".
Por fim, a desconfiança foi vencida no setor e Romita Jr. avalia que o sobrenome famoso nos quadrinhos fez com que ele trabalhasse mais e se provasse, embora tenha cogitado partir para trabalhos publicitários em um determinado momento. John se manteve nas HQs e hoje temos clássicos como "Demolidor - Homem Sem Medo" e, como ele próprio colocou, hoje ele está na CCXP 2018.